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Os resultados definitivos das presidências antecipadas na Guiné-Bissau, anunciadas na quarta-feira, 28 de março, confirmam os números preliminares: Carlos Gomes Júnior, do partido governamental PAIGC, é o vencedor.
O anúncio dos resultados definitivos foi motivo de festa na sede do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde (PAIGC), que apoia Carlos Gomes Júnior. Já na sede do Partido da Renovação Social (PRS), que apoia Kumba Ialá, reinou o silêncio absoluto.
Kumba Ialá obteve o segundo maior número de votos, tendo sido indicado para disputar a segunda volta do sufrágio, marcada para o dia 22.04. Esta foi a data anunciada pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Desejado Lima da Costa
Kumba Ialá persiste na recusa
Já antes da divulgação dos resultados definitivos, cinco dos nove candidatos nas eleições presidenciais exigiram a anulação do processo eleitoral, alegando fraude. Desejado Lima da Costa esclareceu que a lei da Guiné-Bissau não admite a anulação das eleições e que e que as irregularidades invocadas não afetam o resultado nacional
Reagindo aos resultados definitivos, o segundo candidato mais votado, Kumba Ialá, reafirmou que não disputará a segunda volta. Ialá insiste na anulação de todo o processo: "A educação cívica não foi observada, o recenseamento das pessoas não foi observado, vários cidadãos ficaram de fora e não participação ativa na escilha dos seus mandatários. O que não se conforma com a democracia".
Enquanto isso, o candidato mais votado na primeira volta, Carlos Gomes Júnior, conta com uma vitória retumbante no sufrágio do próximo dia 22.04: "Temos confiança não só nos nossos militantes mas no povo da Guiné-Bissau, que quer a paz, a estabilidade e o desenvolvimento. Portanto tenta votar na pessoa capaz de assegurar isso".
Observadores internacionais voltam ao terreno
Entretanto, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), anunciou o envio de uma missão de observadores para a segunda volta das eleições presidenciais. A missão junta elementos da CEDEAO, da União Africana e da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com o comunicado final da conferência de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada, na terça-feira, 27 de março, em Abidjan, na Costa do Marfim.
A Guiné-Bissau fez-se representar pelo seu presidente Interino, Raimundo Pereira, que manifestou a esperança de que prevalecerá o diálogo para não colocar em risco a frágil democracia no país, e apelou para que os problemas sejam resolvidos no fórum próprio: "Penso que estamos numa aprendizagem democrática. Por isso considero que depois das eleições haja contestação. Mas penso que há vias próprias para isso".
Autor: Braima Darame (Bissau) - Edição: Cristina Krippahl/Renate Krieger
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