sexta-feira, 16 de março de 2012

TIMOR-LESTE TENCIONA PAGAR PARA GNR FICAR NO PAÍS




Portugal já se encontra em negociações com Ramos-Horta que defende que a GNR tem um papel fulcral na formação da polícia timorense

As autoridades timorenses estão dispostas a pagar para que a Guarda Nacional Republicana (GNR) continue no país após a saída da Missão das Nações Unidas (UNMIT), disse esta quarta-feira José Ramos-Horta, presidente de Timor-Leste.

José Ramos-Horta advertiu para a importância do papel da força policial portuguesa na formação da polícia timorense (PNTL) depois da cerimónia de condecoração da GNR com a medalha da Missão da UNMIT e a medalha da solidariedade de Timor-Leste.

«A formação de uma polícia não se faz em dois ou três anos e por isso acredito que essa cooperação bilateral pode continuar por muitos mais anos e terá que ser financiada pela parte timorense. Não podemos sempre esperar que seja Portugal a arcar com as responsabilidades», explicou o presidente de Timor-Leste.

Ramos-Horta disse à Lusa que com o afastamento «das Nações Unidas, há necessidade de uma presença operacional da GNR para apoiar a PNTL, e terá de ser no âmbito de uma cooperação bilateral e directa entre Portugal e Timor-Leste».

As conversações já em curso estão a ser lideradas em Portugal por Conde Rodrigues, secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, que se encontra em em território timorense e que já se reuniu com o Estado da Segurança e com o primeiro-ministro Xanana Gusmão, tendo entregue às autoridades um projecto de acordo bilateral.

«O Estado Português quer continuar a colaborar com Timor-Leste pelas razões históricas que são conhecidas e pelos laços que nos unem e é o que estamos agora a procurar fazer, através de um acordo bilateral que está a ser negociado, com o objectivo de permitir trabalhar na assessoria técnica, na formação e capacitação das forças policiais timorenses, para além do mandato das Nações Unidas», disse ainda Conde Rodrigues.

O secretário de Estado da adjunto e da Administração Interna portuguesa encontra-se já em negociações «no sentido de haver também já a responsabilidade por parte de Timor-Leste na assunção de algumas despesas» e afirmou que «é uma partilha justa e equilibrada, que permitirá a continuidade da cooperação».

Além do prolongamento da presença da GNR em Timor-Leste, a cooperação portuguesa poderá vir a compreender novas áreas, como a protecção civil e o controlo de estrangeiros e fronteiras.

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