sexta-feira, 16 de março de 2012

HERÓIS DA INDEPENDÊNCIA DISPUTAM PRESIDÊNCIA DE TIMOR-LESTE



Três lendas da luta independentista timorense disputam a presidência da antiga colônia portuguesa nas eleições deste sábado: o atual chefe de Estado, José Ramos Horta, José Maria Vasconcelos e Francisco "Lu Olo" Guterres.

Os três combateram, cada um à sua maneira, a ocupação indonésia, que começou em 1975, poucos depois da saída de Portugal, e se prolongou até 1999.

Nas últimas eleições presidenciais de Timor-Leste, realizadas há cinco anos, Ramos Horta venceu Guterres no segundo turno. Desta vez, as pesquisas de intenções de voto e a maioria dos analistas também preveem uma segunda rodada, que será realizada em 14 de abril, entre o atual presidente Ramos Horta e Vasconcelos, ex-chefe das Forças Armadas.

Embora 12 candidatos disputem a eleição, apenas os três citados têm possibilidades reais de ganhar.

José Ramos Horta

Compartilha o Prêmio Nobel da Paz de 1996 com o então bispo de Díli, Carlos Ximenes Belo, pela luta pacífica que travaram a favor da independência do Timor-Leste.

Ramos Horta se uniu ao movimento independentista há mais de quatro décadas e ficou exilado em Moçambique entre 1970 e 1971.

Ao retornar, após a retirada de Portugal, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do primeiro governo do Timor-Leste, mas depois de poucos dias começou a invasão indonésia, que o surpreendeu em sua primeira viagem ao exterior como chefe da diplomacia timorense.

Durante os 24 anos seguintes, Ramos Horta se transformou na voz dos timorenses diante da comunidade internacional, denunciando a opressão indonésia e defendendo as aspirações independentistas.

Após a retirada da Indonésia, em 1999, retornou a Díli e recuperou o cargo de chanceler quando Timor-Leste conseguiu sua independência, em 2002, antes de assumir a chefia do governo em 2006 e a presidência da jovem nação no ano seguinte.

Em fevereiro de 2008, esteve à beira da morte ao ser baleado em um atentado perpetrado por soldados rebeldes em Díli e passou dez dias em coma induzido enquanto teve extraídos três projéteis: dois nas costas e um no estômago.

Seus detratores o responsabilizam pelo crescente desemprego, pelo desinteresse por combater a corrupção e por exercer uma política excessivamente conciliadora por meio da qual anistiou pessoas que cometeram crimes durante a ocupação e a transição.

Sem comentários:

Mais lidas da semana