sábado, 17 de março de 2012

Timorenses votaram tranquilamente depois de tempestade da madrugada




Isabel Marisa Serafim, da Agência Lusa

Díli, 17 mar (Lusa) - Depois da tempestade que se fez sentir durante a madrugada em Timor-Leste, os timorenses votaram hoje pacificamente para eleger o terceiro Presidente do país, desde a restauração da independência a 20 de maio de 2002.

Antes das 07:00 locais (22:00 em Lisboa), hora de abertura das urnas, já muitos eleitores esperavam em fila pela sua oportunidade de votar, desviando-se de poças de água e lama provocados pela forte chuva e vento que se fez sentir durante toda a madrugada no país.

Segundo informações da Polícia Nacional de Timor-Leste, às 08:00 locais (23:00 de sexta-feira em Lisboa) a votação estava a decorrer em tranquilidade por todo o país, mas o mau tempo provocou a queda de mais de 50 árvores e deslizamentos de terra.

A maior afluência às urnas na cidade de Díli registou-se durante o período da manhã, altura em que a chuva e o vento deram tréguas, e quando votaram também os candidatos considerados como "favoritos" a vencer o escrutínio ou a passar a uma segunda volta.

O primeiro a votar, na escola primária do Farol, foi o candidato apoiado pela Frente de Libertação do Timor-Leste Independente (Fretilin), Francisco Guterres Lu Olo que em declarações aos jornalistas após cumprir o seu direito cívico disse estar confiante na vitória.

Fernando La Sama de Araújo, presidente do Parlamento Nacional e do Partido Democrático, que apoia a sua candidatura, disse no final de votar estar contente pelas pessoas estarem a participar nas eleições e que o mais importante era que votassem "sem intimidações".

O general Taur Matan Ruak, um estreante em eleições presidenciais, fintou a maior parte dos jornalistas, que tinham sido informados pela sua candidatura que ia votar apenas às 10:00 (01:00 em Lisboa) e convocou uma conferência de imprensa para domingo às 10:00.

Aos poucos jornalistas presentes, após ter votado na escola primária de Metiaut em Díli, o ex-chefe das Forças Armadas, apoiado pelo principal partido da coligação governamental, o CNRT de Xanana Gusmão, disse estar confiante na vitória já à primeira volta.

No mesmo local votou o atual Presidente do país, José Ramos-Horta, que se recandidata ao cargo e que afirmou que uma derrota eleitoral significará a sua liberdade pessoal, mas garante que, se vencer, terá motivação para um segundo mandato.

Apesar da falta de boletins de voto em alguns postos de votação, em Díli e em Metinaro, a poucos quilómetros da capital, situação denunciada pela Fretilin, mas que foi solucionadas, os testemunhos das candidaturas e das autoridades apontam para umas eleições calmas em todo o país até ao encerramento das urnas às 15:00 locais (06 em Lisboa).

Em Díli, o trânsito é quase inexistente já que milhares de timorenses viajaram desde quinta-feira para os distritos para participarem nas eleições presidenciais. Muitas lojas também estão encerradas.

Depois de ter cancelado os encontros previstos com a imprensa durante o dia de hoje, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral convocou os jornalistas para anunciar resultados provisórios às 20:30 locais (11:30 em Lisboa).

Mais de 625 mil eleitores foram chamados hoje para eleger, entre 12 candidatos, o terceiro Presidente de Timor-Leste, desde a restauração da independência a 20 de maio de 2002.

Caso nenhum candidato consiga mais de 50 por cento dos votos, será necessária uma segunda volta em abril.

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