segunda-feira, 2 de abril de 2012

Autoridades investigam centenas de mortes por possível infeção hospitalar no Rio de Janeiro



SIC Notícias, com foto

O Ministério Público (MP) estadual vai investigar se a morte de 363 pessoas em 2010 no hospital municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, foram causadas por infeção hospitalar, divulgou a imprensa brasileira.

O jornal O Globo noticiou, no domingo, que o MP estadual abriu um inquérito para investigar as razões pelas quais quase metade (363) dos 854 pacientes internados em 2010 no hospital, no Méier, morreu por infeção hospitalar.

Segundo a edição de hoje do jornal, o conselho regional de medicina do estado do Rio (Cremerj) vai também investigar se as mortes ocorridas no hospital municipal em 2010 foram causadas por algum problema na unidade.

De acordo com a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, uma comissão de fiscalização avaliará a situação das urgências do hospital, local com os maiores problemas, além de verificar outros hospitais.

Caso as denúncias sejam confirmadas, a direção será notificada a corrigir as irregularidades.

Já o sindicato dos médicos do Rio de Janeiro anunciou que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF).

Além das mortes ocorridas nas urgências, 30 por cento dos 289 pacientes dos cuidados intensivos não resistiram à infeção, de acordo com os dados que estão na investigação do MP.

De acordo com O Globo, um relatório feito pelos próprios funcionários do hospital denunciava as péssimas condições do respirador mecânico.

Os compressores estariam em local insalubre, situação esta que, de acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos (SinMed), Jorge Darze, ainda persiste.

No documento do MP, há um relatório, assinado pelo biofísico e biomédico da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Sebastião David dos Santos Filho, que considera gravíssimo o uso do respirador Inter-5, que não apresentava o registo correto do volume respirado pelo paciente.

O especialista sugeriu a substituição do equipamento por outro, de maior precisão, explicando ainda que a taxa de mortalidade aceitável seria de cinco por cento.

Para o Cremerj, é fundamental garantir a formação adequada para que os profissionais de saúde possam detetar problemas nos equipamentos.

Márcia Rosa de Araujo também considerou importante avaliar quais são as responsabilidades da empresa que forneceu os respiradores.

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