AYAC - Lusa, com foto
Chimoio, Moçambique, 02 abr (Lusa) - A seca extrema destruiu diversas culturas no distrito de Gorongosa, o celeiro da província de Sofala, centro de Moçambique, deixando 5.688 camponeses sem comida, disse à Lusa fonte governamental.
Inácio Siyawadya, diretor dos Serviços Distritais de Atividades Económicas de Gorongosa, disse que 7.510 hectares de culturas diversas secaram devido ao excesso de sol nas regiões da Casa Banana, Pungue, Cudzo, Muera e Tsiquire.
"Tivemos falta de chuvas e alta insolação na fase crucial (maturação) das culturas, o que elevou as perdas da produção. A situação é preocupante, mas não incorremos na situação de insegurança alimentar porque as metas de produção nesta campanha agrária são razoáveis", disse à Lusa Inácio Siyawadya.
Ainda segundo a fonte, as autoridades governamentais estão a distribuir aos camponeses afetados sementes de milho, feijão e hortícolas, a título de crédito, para minimizar as perdas dos camponeses, com a segunda época da campanha agrária, a ser lançado em abril próximo.
"Geralmente, os camponeses produzem milho para o comércio, o que foi mais afetado, e mapira, tolerante à seca, para o consumo, o que nos tranquiliza um pouco sobre a segurança alimentar destes camponeses. Mas sabemos que o seu rendimento caiu muito", explicou à Lusa Inácio Siyawadya.
As autoridades da agricultura na província de Sofala estimam que mais de 101.419 hectares de culturas diversas, sobretudo arroz, milho, mapira e feijões, são dados como perdidos na campanha agrária em curso, na sequência de falta de chuva e excesso de sol, afetando 93.325 famílias, o que corresponde a 35 por cento das famílias camponesas a nível da província.
Estatísticas duma monitoria técnica, de janeiro de 2012, indicam que no caso de persistência da estiagem existe o risco de perda adicional de cerca de 122.611 hectares. A situação vai deixar pior os distritos de Nhamatanda, Búzi e Dondo, onde se perderam até agora 201.007 toneladas de culturas alimentares básicas, perto de metade do que foi inicialmente planeado.
Desde janeiro, as autoridades da agricultura em Sofala apontam que mais de 2.550 pessoas estejam a passar fome extrema devido ao fraco aprovisionamento de reservas alimentares, nos distritos de Chemba, Chibabava e Machanga, norte e sul de Sofala.
Nestes distritos, a população tem reduzido o número de refeições diárias, de três para uma, porque as reservas alimentares, previstas para acabar em abril, estão a escassear, o que elevara a vulnerabilidade da população.
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