quinta-feira, 5 de abril de 2012

Jovens emigrantes poderão ser "extremamente valiosos" para crescimento de Portugal



Carlos Páscoa
FV - Lusa

Macau, China, 05 abr (Lusa) - Os jovens emigrantes portugueses e os luso-descendentes poderão ser "extremamente valiosos" para o crescimento de Portugal, defendeu hoje o deputado social-democrata eleito pelo círculo fora da Europa Carlos Páscoa, apesar de considerar "inevitável" a atual nova vaga de emigração.

"Esse é um ponto que eu começo a abordar entre os jovens portugueses e até dos luso-descendentes porque vamos ter, inevitavelmente, uma saída dos jovens agora. É da vida, é do mundo: um jovem que levou anos para se formar, que tenha espírito empreendedor, não vai conformar-se a ficar em Portugal a receber um subsídio de desemprego", disse o deputado social-democrata.

Carlos Páscoa, que falou à agência Lusa no final de uma visita a Macau, observou, por outro lado, que é preciso chamar a atenção para numa segunda etapa após o ajuste financeiro, - "a partir do próximo ano" -, privilegiar "o retorno dessa mão-de-obra a Portugal".

"Não adianta fazer um ajuste sem um plano de crescimento, e é nesse plano de crescimento que eu entendo que os jovens poderão ser muito valiosos, extremamente valiosos. Porquê? Primeiro [porque] estabelecem novas pontes com outros mercados, e depois [porque] vêm muito mais maduros, porque além da sua formação académica passam a ter uma formação prática fora do país, com outras componentes", realçou.

Ao destacar o potencial da "ligação a Portugal" destes jovens para a criação de novas empresas e desenvolvimento de novos projetos, Carlos Páscoa considerou que essa "bagagem tecnológica e de conhecimento que Portugal não pode dar, tem de ficar ao serviço do país e ao serviço do crescimento da economia".

"O Governo tem de perceber o momento, - e é importante chamarmos a atenção para isso -, de incentivar o retorno, para não abrir mão definitivamente dessa mão-de-obra", acrescentou.

Embora reconheça que o país "ainda não está nesse estágio", o deputado do PSD frisou, porém, que é tempo "de se começar a pensar nisso", porque "daqui a um ano pode ser tarde".

"No início da viragem é que temos de estar preparados para chamar a atenção desses jovens", vincou.

Carlos Páscoa, que em Macau teve encontros com a Associação dos Macaenses, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas, Associação dos Trabalhadores da Função Pública, Consulado de Portugal e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), aproveitou a passagem pelo território para "perceber a nova onda de saída dos jovens portugueses, de formação elevada e já consolidada".

"Pude perceber que [Macau] não é nenhuma exceção: os jovens procuram a região até por razões familiares, já que alguns tiveram aqui, ou ainda têm, ligações a Macau", apontou.

O périplo asiático do deputado social-democrata segue agora para Xangai e Pequim, onde terá encontros com o cônsul e embaixador português, respetivamente, numa visita que termina na segunda-feira.

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