JSD - Lusa
Cidade da Praia, 12 abr (Lusa) - O governo de Cabo Verde disse hoje não prevê, nos próximos tempos, retomar o subsídio aos combustíveis, que atingiram esta semana máximos históricos, salientando que a grande aposta é nas energias renováveis.
A afirmação é do ministro do Turismo, Indústria e Energia cabo-verdiano, Humberto Brito, feita à imprensa no final da cerimónia de lançamento do projeto "Promoção de Sistemas de Energias Renováveis de Pequena e Média Dimensão em Cabo Verde", em que apelou a um maior envolvimento da iniciativa privada.
Sobre a possibilidade de o governo voltar a subsidiar os combustíveis, Humberto Brito foi claro da resposta ao dizer "não", lembrando que as subidas dos preços do litro da gasolina (10,1 por cento) e do gasóleo (4,76 por cento) devem-se à alta dos produtos petrolíferos e á valorização do dólar face ao euro.
Nesse sentido, lembrou que a aposta governamental de investimentos no domínio das energias renováveis tem ajudado a "amortecer" o preço dos combustíveis, tendo permitido criar uma "almofada" de 2,3 milhões de dólares (1,74 milhões de euros).
Tal deve-se, indicou o ministro cabo-verdiano, ao cada vez maior impacto da penetração das renováveis na rede de distribuição de energia elétrica no país, que já ultrapassou os 25 por cento, metade da meta definida pelo executivo até 2020.
Por isso, disse, se não houvesse a aposta nessa área, o preço dos combustíveis no país seria mais elevado.
Em relação ao projeto, orçado em 8,5 milhões de dólares (6,45 milhões de euros) e com uma duração de três anos, a implementação de sistemas de pequena e média dimensão espalhados pelas nove ilhas habitadas prevê mais uma injeção de 1,6 megawatts (mw) de potência instalada.
"Com o aumento do preço dos produtos petrolíferos a nível internacional, se não tivéssemos uma taxa de penetração de energias renováveis superior a 25 por cento, o preço de combustível a nível nacional seria superior, tal como o da eletricidade e da água", reivindicou.
Para diminuir a dependência das energias fósseis, Humberto Brito salientou que os projetos de micro geração terão um peso significativo, citando o exemplo em curso no Tarrafal de São Nicolau, que será "exportado" para outras regiões do arquipélago.
Apelando ao investimento da iniciativa privada, o ministro cabo-verdiano lembrou que o país já conta com um quadro legal e de benefícios para promoção de micro e média geração, salientando que todos os "artefactos importados e ligados às energias renováveis" são isentos de taxas aduaneiras desde 2008.
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