segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dirigente do PAIGC acredita que apesar de divergências na Gâmbia "tudo será resolvido"



FP (CFF) - Lusa

Bissau, 30 abr (Lusa) - O secretário permanente do PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau até dia 12, afirmou-se hoje esperançado de que "tudo será resolvido" em relação à crise no país, apesar da falta de consenso numa reunião na Gãmbia.

Augusto Olivais falava aos jornalistas à chegada ao aeroporto de Bissau, depois de durante dois dias, com outros políticos e com o Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau, ter debatido na Gâmbia a situação de crise que o país atravessa.

"Fomos chamados para ouvir a posição da Cimeira de chefes de Estado da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). Lamentamos muito que não houvesse assim um consenso, mas isso faz parte de uma situação como a que estamos a atravessar", disse.

Augusto Olivais remeteu mais esclarecimentos para um comunicado que a Gâmbia irá divulgar. "Não podemos adiantar mais do que isso, e dizer que ainda temos a esperança de que nós os guineenses vamos entender-nos, e faço votos de que sejamos capazes de superar toda esta crise", disse.

Sobre a questão de um próximo governo poder ser chefiado pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) disse que "isso depende de todos os guineenses, particularmente da classe política".

O grupo de militares e políticos, mais de 20 pessoas, partiu no sábado para a vizinha Gâmbia, onde se encontrou o Presidente Yahya Jammeh, numa tentativa de resolução da crise que o país atravessa.

A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu hoje impor sanções contra os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau, considerando que o Comando Militar "não deseja negociar", segundo um comunicado da organização divulgado em Banjul.

"Depois de doze horas de negociações" entre os países membros do grupo de contacto da CEDEAO e "uma só pessoa, o general António Indjai, chefe de Estado maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau e chefe do comando militar, tornou-se evidente que não deseja negociar e prefere claramente enfrentar as consequências", refere o texto do comunicado citado pela agência France Presse.

"No final das discussões, nenhum acordo foi conseguido com o Comando militar e os seus aliados", acrescenta o texto, sublinhando que "a rejeição das posições do grupo de contacto significa a imposição de sanções" que começaram "à meia-noite de 29 de abril".

O comunicado precisa que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos sete países que compõem o grupo de contacto da CEDEAO para a Guiné-Bissau (Gâmbia, Nigéria, Benim, Cabo Verde, Guiné-Conacri, Senegal e Togo), que estiveram reunidos em Banjul desde domingo, irão entregar um relatório ao Presidente do grupo, o chefe de estado nigeriano Goodluck Jonathan.

Uma cimeira de chefes de Estado do grupo de contacto está agendada para 03 de maio em Dacar "para tomar todas as outras medidas necessárias, incluindo o uso da força para fazer aplicar as decisões da cimeira" de 26 de abril, em Abidjan, Costa do Marfim.

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