MB - Lusa
Bissau, 30 abr (Lusa) - O porta-voz do Fórum de partidos da oposição democrática na Guiné-Bissau afirmou hoje que a crise do país deverá ter uma solução na reunião de quinta-feira em Dacar, Senegal, que junta os chefes de estado de vários países da sub-região.
Fernando Vaz, que falava aos jornalistas à chegada da comitiva de políticos, religiosos e militares guineenses que estiveram numa reunião na Gâmbia, pediu calma aos guineenses mostrando-se otimista na resolução pacífica da crise que o país vive desde o golpe de Estado o dia 12 de abril.
Questionado sobre a visível descontração com que desembarcaram todos os elementos que estiveram na reunião da Gâmbia, mesmo sabendo que sobre o país pendem sanções internacionais, Fernando Vaz desdramatizou a situação.
"Viemos bem-dispostos porque estamos no barco que navega no meio do rio, ainda não atracou, ou seja, ainda não chegámos a uma resolução final. É preciso que as pessoas não entrem em pânico e que esperem até ao fim das negociações", observou o porta-voz do Fórum dos partidos da oposição democrática.
Na quinta-feira, Dacar, capital do Senegal, irá juntar mais uma vez os chefes de Estado de seis países da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para a busca de uma saída para a crise na Guiné-Bissau.
Fernando Vaz acredita que "o ponto ainda em desacordo" será resolvido na cimeira de Dacar para a qual diz esperar que a oposição guineense seja convidada. De acordo com Fernando Vaz, dos sete pontos em negociação entre os militares e os políticos já existem acordo em seis itens.
"Vamos tentar concluir aquilo que iniciámos aqui. Dos sete pontos, já tivemos acordo em seis pontos, só temos um ponto em que não chegamos ainda a um acordo, o ponto em relação à presidência da Republica, mas naturalmente pensamos que vamos chegar a um acordo na quinta-feira", disse Fernando Vaz.
"A CEDEAO deu-nos a escolher dois cenários e desses escolhemos um que finalmente não veio a ser adotado mas que julgamos vai ser adotado na quinta-feira. O cenário era da recondução de Raimundo Pereira como Presidente interino do país", declarou Fernando Vaz.
"A Guiné está em primeiro lugar, por isso procuraremos uma solução para bem de todos os guineenses", notou Vaz, desdramatizando mais uma vez as ameaças de sanções que a comunidade internacional anunciou contra os militares e políticos que apoiam o golpe de Estado.
"São sanções formais que vão ser automaticamente levantadas a partir de quinta-feira", afirmou Fernando Vaz. Na terça-feira o Fórum da oposição promete dar uma conferência de imprensa para trazer ao público mais detalhes do encontro de Banjul.
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