quarta-feira, 18 de abril de 2012

Guiné-Bissau: Militares prometem regresso às casernas após posse do poder civil



Lusa

Bissau, 18 abr (Lusa) - Os partidos políticos da oposição e o Comando Militar da Guiné-Bissau assinaram hoje um "acordo para a estabilização e manutenção da ordem constitucional", que prevê o regresso às casernas dos militares, após a posse do poder civil.

O acordo foi hoje assinado em Bissau por representantes de diversos partidos e pelos militares, que a 12 de abril protagonizaram um golpe de estado, mas não indica quem será o Presidente de transição, o primeiro-ministro de transição ou quem vai integrar o Conselho Nacional de Transição.

Os partidos, segundo o acordo, aceitam a criação do Conselho Nacional de Transição, "um órgão de fiscalização e legislativo para gerir o processo de transição democrática". Fixa-se também "o período máximo de duração da transição democrática em dois anos, que termina com a eleição simultânea de eleições presidenciais e legislativas, com base num recenseamento biométrico e de raiz e com a participação de eleitores guineenses na diáspora".

Acordo entre militares e partidos dissolve parlamento e prevê eleições num máximo de dois anos

Bissau, 18 abr (Lusa) -- Os partidos da oposição guineense e o Comando Militar que protagonizou um golpe de Estado assinaram hoje em Bissau um acordo que dissolve o parlamento e cria um Conselho de Transição para marcar eleições num prazo de dois anos.

Comando Militar autoriza abertura de bancos

Bissau, 18 abr (Lusa) - O Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau em 12 de abril, autorizou hoje a abertura dos bancos no país.

A autorização surge, num comunicado emitido pelo Comando Militar, depois de os autores do golpe de Estado terem inicialmente desaconselhado os bancos guineenses a permitirem a movimentação de contas do Estado.

No entanto, segundo fonte do Banco Central dos Países da África Ocidental (BECEAO), os bancos só reabrirão com autorização da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA).

Fórum dos Partidos Políticos criticam comunidade internacional e Angola

Bissau, 18 abr (Lusa) - O "Fórum dos partidos políticos", da oposição na Guiné-Bissau, criticou hoje a comunidade internacional por ter dois pesos para o país, e também Angola, "que não representa nenhum exemplo de Democracia e do respeito pelas normas constitucionais".

Numa conferência de imprensa, Fernando Vaz, em nome dos partidos (em cujo grupo não estão incluídos dirigentes do PAIGC, maior partido), começou por dizer que "durante a governação do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior a Guiné-Bissau e o mundo foram testemunhos de uma série de assassinatos bárbaros", citando exemplos como o Presidente "Nino" Vieira, o chefe das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, e os políticos Helder Proença e Baciro Dabó.

"O número total de mortes ascende a mais de 20 pessoas" e "face a estes bárbaros acontecimentos citados atrás, a comunidade internacional apenas se limitou a condenar formalmente o assassinato", disse.

Cinco crianças desaparecidas no mar de Caió, falta de combustível impede buscas

Bissau, 18 abr (Lusa) - Cinco crianças estão desparecidas no mar desde a noite passada, na zona de Caio, depois do naufrágio de uma canoa, disse à Lusa uma fonte no local.

Segundo Armando Silva, o administrador, na noite passada 22 pessoas meteram-se numa piroga para atravessar para a ilha de Jeta, com medo de eventuais conflitos decorrentes do golpe de Estado de quinta-feira passada, e a piroga naufragou.

Foi resgatada a maior parte das pessoas, mas estão cinco crianças desaparecidas, com idades entre os dois e os 13 anos.

FP - Lusa

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