JSD - Lusa
Cidade da Praia, 16 abr (Lusa) - O presidente interino e o primeiro-ministro da Guiné-Bissau "estão bem", a primeira-ministra interina refugiou-se na embaixada da China em Bissau e o CEMGFA "está em lugar seguro", anunciou hoje o porta-voz do Comando Militar que tomou o poder.
Daba Na Wana, porta-voz dos militares que tomaram na quinta-feira o poder na Guiné-Bissau, deu conta da situação numa entrevista à Rádio de Cabo Verde, em que justificou o encerramento de todas as fronteiras do país, mas escusou-se a indicar quem está a comandar as operações.
"Que eu saiba (Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior) estão bem de saúde. A Cruz Vermelha esteve com todos. Em relação a Carlos Gomes Júnior, disseram-nos que há um lote de medicamentos que familiares querem entregar-lhe e nós abrimos essa hipótese, por razões humanitárias, e foi entregue ao ex-primeiro-ministro", disse Na Wana, que adiantou que o ministro do Interior guineense, Fernando Gomes, "está livre".
Sobre a situação real em que se encontra o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da Guiné-Bissau, António Indjai, que o Comando Militar anunciou estar detido, Daba Na Wana limitou-se a responder que "está em lugar seguro".
O porta-voz do Comando Militar referiu ainda ter informações de que a chefe de governo interina, Adiatu Nandigna, se terá refugiado na embaixada chinesa em Bissau.
Questionado sobre quem, de facto, chefia o levantamento militar na Guiné-Bissau, Daba Na Wana, mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, apenas disse que "o importante são as razões que levaram ao levantamento e pouco importa as pessoas que estão à frente do Comando (Militar)".
Daba Na Wana justificou ainda o encerramento, decidido no domingo, das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas da Guiné-Bissau, alegando "razões de segurança".
"Quando se trata de um golpe de Estado todo o cuidado é pouco para evitar ataques externos, que a instabilidade possa interromper o processo em curso. Além do mais, chegaram notícias de fora de que a CPLP está a ser arrastada por Angola, que propôs o envio de forças para a Guiné-Bissau. Não podíamos ficar de braços cruzados deixando a fronteira aberta. São razões de segurança", concluiu.
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