terça-feira, 24 de abril de 2012

"Guineenses têm de aceitar força de interposição" - Chefe da diplomacia angolana



EL - Lusa

Luanda, 23 abr (Lusa) - Os guineenses "têm de aceitar" o envio de uma força de interposição para o seu país, defendeu hoje, em Luanda, o chefe da diplomacia angolana.

Georges Chicoti falava à imprensa à partida para Adis Abeba, onde vai presidir terça-feira a uma reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana UA), órgão presidido este mês por Angola.

Na reunião, convocada por Angola, a situação vigente da Guiné-Bissau, onde no passado dia 12 um autodenominado Comando Militar fez um golpe de Estado e prendeu o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, vai ser analisada.

O objetivo é "encontrar mecanismos para a implementação das resoluções tomadas sobre a situação na Guiné-Bissau", escreveu hoje a agência Angop, citando o ministro angolano.

"Vamos ver as formas de como, muito rapidamente, podemos implementar o essencial das resoluções que foram tomadas nos últimos dias pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pelo CPS e mesmo a declaração importantíssima do presidente do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Estas iniciativas podem ajudar a Guiné-Bissau a encontrar soluções para a situação de crise em que se encontra.

"Os guineenses têm que aceitar a força de interposição, que não é uma intervenção militar nos termos que pensam, mas sim uma força que deve poder ajudar os militares a voltarem para as casernas e a dar garantias ao Governo civil de que ambos podem voltar a trabalhar juntos", frisou Georges Chicoti.

O governante angolano adiantou ser necessário apoiar a estabilização da Guiné-Bissau, porque não há nenhum regime político que possa trabalhar nas condições em que aquele país se encontra presentemente.

"Precisamos de garantir as condições para que este processo decorra, a fim de permitir que o Governo e as instituições civis e republicanas possam funcionar e, por outro lado, para ajudar a que as Forças Armadas se possam reformar", afirmou.

Além da Guiné-Bissau, o CPS da União Africana vai debater também a situação de conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul e o golpe de Estado no Mali.

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