SBR - Lusa
Lisboa, 13 abr (Lusa) -- O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) garantiu hoje que "haverá sempre concertação" entre os organismos internacionais envolvidos na busca de uma solução para a Guiné-Bissau, abalada por um golpe de Estado.
Domingos Simões Pereira falou à agência Lusa após um encontro com o chefe da diplomacia de Angola, país que preside atualmente à CPLP, destinado a preparar a reunião extraordinária do Conselho de Ministros da organização lusófona, que se realiza no sábado na sede da organização em Lisboa.
Esta reunião, recordou Domingos Simões Pereira, foi convocada por Angola para debater o cenário resultante do anúncio, feito por Luanda na segunda-feira, do fim da missão de apoio ao setor militar que vinha desenvolvendo na Guiné-Bissau.
"Agora, tendo em conta os acontecimentos de ontem [quinta-feira], discutimos sobretudo que medidas tomar, qual o ajuste que se deve dar a essa reunião", adiantou Domingos Simões Pereira, referindo-se à conversa que teve hoje com o chefe da diplomacia angolana, George Chicoti.
O objetivo da reunião de sábado, adiantou o secretário executivo da CPLP, será o de "continuar a persuadir todas as estruturas, no sentido não só da preservação da segurança e da integridade física das pessoas que estão sob custódia [primeiro-ministro e presidente interino], mas também da criação de canais de comunicação para permitir a procura de uma solução negociada para a atual crise".
Da resolução que for aprovada no sábado, pode esperar-se que "vai posicionar a CPLP face aos acontecimentos" e também, dado que esta é dos organismos internacionais que "tem acompanhado mais de perto a situação" na Guiné, "servirá também para aconselhar os outros parceiros no sentido de se encontrar uma plataforma de procura de uma solução equilibrada, tanto quanto possível, para a atual crise".
"Haverá sempre concertação entre estas entidades, mas não quero antecipar a decisão que irá sair da reunião de amanhã [sábado]", disse Domingos Simões Pereira.
Em relação à situação na Guiné-Bissau, seu país de origem, o secretário executivo da CPLP disse que a tem acompanhado através das informações "veiculadas pelos órgãos de comunicação" e das que vai "recolhendo por contactos diretos", mas que "está reticente em utilizar".
Desconhecendo o paradeiro do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e do presidente interino, Raimundo Pereira, Domingos Simões Pereira citou apenas o porta-voz do autointitulado comando militar que assumiu a responsabilidade pelo golpe de Estado de quinta-feira à noite, segundo o qual "os dois estão bem e em segurança".
Sobre o chefe da diplomacia angolana, o secretário executivo da CPLP disse que Chicoti "lamentou" a situação na Guiné e "manifestou alguma surpresa, alguma admiração, alguma perplexidade" com os acontecimentos que se seguiram ao anúncio do fim da missão angolana do país, que, lembrou Domingos Simões Pereira, se baseou na ausência de "consenso sobre a sua presença".
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