segunda-feira, 23 de abril de 2012

HOLLANDE VENCE PRIMEIRA VOLTA DAS PRESIDENCIAIS FRANCESAS




Susana Almeida Ribeiro - Público, com agências
 
O socialista François Hollande venceu – por pouco – Nicolas Sarkozy na primeira volta das presidenciais francesas. Hollande conquistou 28,63% dos votos, ao passo que Sarkozy arrecadou 27,08%, de acordo com o ministério francês do Interior, numa altura em que estão contados mais de 99% dos votos – faltam apenas os dos eleitores franceses residentes no estrangeiro.
 
Os dois homens defrontar-se-ão na segunda volta, marcada para 6 de Maio, dia em que o candidato socialista poderá ficar em vantagem, contando com os votos da esquerda radical e dos ecologistas. De acordo com duas sondagens realizadas neste domingo pelos institutos Ipsos e Ifop, François Hollande poderá vencer novamente Sarkozy na segunda volta por 54% contra 46%.

Esta é a primeira vez que um Presidente que se recandidata ao cargo não consegue vencer as eleições à primeira volta desde o início da Quinta República Francesa, em 1958.

A candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, ficou na terceira posição, à frente do “candidato surpresa” desta campanha eleitoral, Jean-Luc Mélenchon, que representa os comunistas e parte da extrema-esquerda. Marine Le Pen obteve 18,01% dos votos, ao passo que Mélenchon ficou pelos 11,13%.

Para Marine Le Pen esta é uma vitória importante, uma vez que com mais de 18% dos votos conquista mais eleitores do que o seu próprio pai, Jean-Marie Le Pen, nas eleições de 2002, que ditaram uma ida à segunda volta com quase 17% dos votos.

Por seu lado, o quinto candidato mais votado, François Bayrou, conseguiu 9,12% dos votos, muito longe do seu resultado de 2007 (18%).

Os restantes candidatos estão bem atrás dos cinco mais votados: a ecologista Eva Joly obteve 2,28% dos votos, Nicolas Dupont-Aignan 1,81%, o trotskista Philippe Poutou 1,15%, a outra trotskista Nathalie Arthaud 0,57% e Jacques Cheminade 0,25%.

A taxa de participação cifrou-se nos 81%, uma percentagem muito elevada mas ainda assim inferior à registada em 2007 (83,77%). Esta afluência acaba por dissipar os temores de uma grande abstenção (cifrou-se nos 19,84%) no seguimento de uma campanha que, segundo diferentes sondagens, pouco mobilizou os franceses numa altura em que a palavra de ordem é "crise".

No dia 6 de Maio, cerca de 44,5 milhões de eleitores serão chamados às urnas para o próximo embate eleitoral cujo prémio final é um assento no Palácio do Eliseu. Escolherão aquele que, nos próximos cinco anos, dirigirá uma das principais economias mundiais, potência nuclear e membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

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