Mário Soares preocupado com coesão nacional alerta que há pessoas a passar fome
Jornal de Negócios - Lusa
O ex-presidente da República Mário Soares disse hoje ser "preciso manter a coesão nacional", alertando que "as pessoas estão a ficar desesperadas" e que "há pessoas a passarem fome", afirmando ser possível "temer a desagregação da União Europeia".
Durante o debate "Portugal, a crise e a importância da CPLP", que hoje decorreu na Universidade Católica do Porto, Mário Soares afirmou que "a situação portuguesa depende em grande parte da evolução que houver na Europa" mas que Portugal não vai ficar arruinado porque já passou por muitas crises económicas e ultrapassou-as todas.
"É preciso manter a coesão nacional e é essa uma das grandes preocupações que eu tenho em relação a Portugal neste momento. É que as pessoas estão a ficar desesperadas, é que há pessoas a passarem fome. Isto não é literatura, é a verdade", alertou.
Na opinião do ex-primeiro-ministro, o país tem "elites académicas, em todos os domínios do saber, dos ofícios e das artes", como nunca teve na sua história.
"Pois a esses foi dito: bem, se eles não têm emprego pois que vão para o estrangeiro. Isto é uma coisa absurda. Não é aceitável de maneira nenhuma", criticou.
Num discurso onde voltou a apontar erros a Angela Merkel, Mário Soares defendeu que se a chanceler alemã tivesse intervindo "logo na altura em que se começou a revelar o problema da Grécia e da Irlanda, nada se tinha passado" e "tinha ficado logo resolvido ali".
"Inclusivamente, na última Cimeira que houve - as cimeiras não têm servido para nada - à sucapa, à noite, quando já estavam todos estafados de terem horas de discussão, ela e o senhor Sarkozy que tem sido uma espécie de vassalo dela, apresentaram um Tratado que eu acho pessoalmente que deve ser inconstitucional em termos de Constituição Portuguesa e além disso é um tratado que confunde as coisas. É um tratado inaceitável", sublinhou.
Na opinião do cofundador do PS, "se não formos capazes de não só ter medidas de austeridade para reduzir o défice mas também ter possibilidades de desenvolver a economia portuguesa, de fazer baixar a inflação e de fazer baixar o desemprego, é evidente que nós vamos entrar numa situação cada vez pior".
"Eu não sei para onde é que vai a União Europeia mas se isso é assim nós podemos temer a desagregação da União Europeia", alertou.
Questionado sobre se há um défice de políticos, Mário Soares foi peremptório: "claro que há um défice terrível. Nós estamos rodeados de políticos medíocres".
E para tentar explicar esta situação, ainda afirmando que não o consegue fazer, o ex-presidente da República fez uma comparação: "aqui no Norte, é o país do Vinho do Porto. Há boas colheitas de vinho e há más colheitas de vinho. Os políticos também são assim. Há uns que realmente são bons e há outros que não são. O que é que havemos de fazer?".
Durante o discurso, Mário Soares fez ainda uma alusão à manifestação das freguesias contra a reforma da administração local, tendo no final sido questionado pelos jornalistas sobre o tema.
"Se eu digo que eles estão a descer a Avenida da Liberdade numa grande alegria, com folclore, com canções, com tudo, a dizer que cada um de nós tem a sua cultura e a sua identidade, é porque eu estou de acordo, de alguma maneira, com isso. Não quer dizer que não se possa vir a fazer unidades quando for possível. Mas tem que se falar com os próprios. Não é assim do pé para a mão", defendeu.
Na opinião do socialista "todos nós temos uma arma nas mãos que é o voto", tendo deixado uma pergunta no ar: "porque é que aceitamos todas as roubalheiras e aceitamos tudo o que nos dizem? Bem, isso não pode ser".
"É preciso manter a coesão nacional e é essa uma das grandes preocupações que eu tenho em relação a Portugal neste momento. É que as pessoas estão a ficar desesperadas, é que há pessoas a passarem fome. Isto não é literatura, é a verdade", alertou.
Na opinião do ex-primeiro-ministro, o país tem "elites académicas, em todos os domínios do saber, dos ofícios e das artes", como nunca teve na sua história.
"Pois a esses foi dito: bem, se eles não têm emprego pois que vão para o estrangeiro. Isto é uma coisa absurda. Não é aceitável de maneira nenhuma", criticou.
Num discurso onde voltou a apontar erros a Angela Merkel, Mário Soares defendeu que se a chanceler alemã tivesse intervindo "logo na altura em que se começou a revelar o problema da Grécia e da Irlanda, nada se tinha passado" e "tinha ficado logo resolvido ali".
"Inclusivamente, na última Cimeira que houve - as cimeiras não têm servido para nada - à sucapa, à noite, quando já estavam todos estafados de terem horas de discussão, ela e o senhor Sarkozy que tem sido uma espécie de vassalo dela, apresentaram um Tratado que eu acho pessoalmente que deve ser inconstitucional em termos de Constituição Portuguesa e além disso é um tratado que confunde as coisas. É um tratado inaceitável", sublinhou.
Na opinião do cofundador do PS, "se não formos capazes de não só ter medidas de austeridade para reduzir o défice mas também ter possibilidades de desenvolver a economia portuguesa, de fazer baixar a inflação e de fazer baixar o desemprego, é evidente que nós vamos entrar numa situação cada vez pior".
"Eu não sei para onde é que vai a União Europeia mas se isso é assim nós podemos temer a desagregação da União Europeia", alertou.
Questionado sobre se há um défice de políticos, Mário Soares foi peremptório: "claro que há um défice terrível. Nós estamos rodeados de políticos medíocres".
E para tentar explicar esta situação, ainda afirmando que não o consegue fazer, o ex-presidente da República fez uma comparação: "aqui no Norte, é o país do Vinho do Porto. Há boas colheitas de vinho e há más colheitas de vinho. Os políticos também são assim. Há uns que realmente são bons e há outros que não são. O que é que havemos de fazer?".
Durante o discurso, Mário Soares fez ainda uma alusão à manifestação das freguesias contra a reforma da administração local, tendo no final sido questionado pelos jornalistas sobre o tema.
"Se eu digo que eles estão a descer a Avenida da Liberdade numa grande alegria, com folclore, com canções, com tudo, a dizer que cada um de nós tem a sua cultura e a sua identidade, é porque eu estou de acordo, de alguma maneira, com isso. Não quer dizer que não se possa vir a fazer unidades quando for possível. Mas tem que se falar com os próprios. Não é assim do pé para a mão", defendeu.
Na opinião do socialista "todos nós temos uma arma nas mãos que é o voto", tendo deixado uma pergunta no ar: "porque é que aceitamos todas as roubalheiras e aceitamos tudo o que nos dizem? Bem, isso não pode ser".
Mário Soares: "Não quero intervir nas questões do partido"
Jornal de Negócios – Lusa
O co-fundador do PS Mário Soares escusou-se hoje a comentar a situação actual socialista, afirmando que deve "ter muito cuidado com o que se passa no partido" e que não quer intervir nem pronunciar-se sobre as questões partidárias.
À margem do debate "Portugal, a crise e a importância da CPLP", que hoje decorreu na Universidade Católica do Porto, Mário Soares foi questionado sobre as recentes alterações dos estatutos do PS, aprovadas no passado sábado, tendo começado por responder que é "um dos fundadores do Partido Socialista" e que até tem um cartão que diz "militante número um".
"Realmente devo ter muito cuidado com o que se passa no partido. Primeiro não intervir. Não quero intervir nas questões do partido e, em segundo lugar, dizer as coisas que penso mas com conta peso e medida, na altura própria e nos lugares próprios. Não é este o lugar", disse.
Questionado sobre as dificuldades no Grupo Parlamentar assumidas pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, em entrevista segunda-feira à noite, o ex-primeiro-ministro reiterou: "não devo interferir nessas matérias, porque nós temos um secretário-geral, nós temos a presidente do partido, nós temos um líder do partido na bancada, portanto eu não tenho que me pronunciar e não me devo pronunciar".
"O Partido Socialista foi sempre um partido plural, em que as pessoas disseram o que pensavam, portanto vai haver debates no PS que não têm importância nenhuma, só enriquecem os partidos", disse.
Sobre as críticas feitas por Marcelo Rebelo de Sousa a António José Seguro, Mário Soares recusou-se a tecer comentários.
No domingo, no seu comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa acusou o secretário-geral socialista, António José Seguro, de promover um "golpaça" com a revisão dos estatutos do PS.
Em resposta, na segunda-feira, em entrevista à TVI, Seguro afirmou que, ao contrário do que sugeriu Marcelo Rebelo de Sousa, a Comissão Nacional do PS "não só estava legitimada, como estava obrigada" a fazer aquela revisão estatutária.
"Realmente devo ter muito cuidado com o que se passa no partido. Primeiro não intervir. Não quero intervir nas questões do partido e, em segundo lugar, dizer as coisas que penso mas com conta peso e medida, na altura própria e nos lugares próprios. Não é este o lugar", disse.
Questionado sobre as dificuldades no Grupo Parlamentar assumidas pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, em entrevista segunda-feira à noite, o ex-primeiro-ministro reiterou: "não devo interferir nessas matérias, porque nós temos um secretário-geral, nós temos a presidente do partido, nós temos um líder do partido na bancada, portanto eu não tenho que me pronunciar e não me devo pronunciar".
"O Partido Socialista foi sempre um partido plural, em que as pessoas disseram o que pensavam, portanto vai haver debates no PS que não têm importância nenhuma, só enriquecem os partidos", disse.
Sobre as críticas feitas por Marcelo Rebelo de Sousa a António José Seguro, Mário Soares recusou-se a tecer comentários.
No domingo, no seu comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa acusou o secretário-geral socialista, António José Seguro, de promover um "golpaça" com a revisão dos estatutos do PS.
Em resposta, na segunda-feira, em entrevista à TVI, Seguro afirmou que, ao contrário do que sugeriu Marcelo Rebelo de Sousa, a Comissão Nacional do PS "não só estava legitimada, como estava obrigada" a fazer aquela revisão estatutária.
Seria "um desastre", diz Mário Soares
Expresso - Lusa
Ex-presidente da República não acredita numa eventual abolição definitiva dos subsídios de férias e de natal porque é "um exagero que só cria situações difíceis a Bruxelas".
O ex-presidente da República Mário Soares considerou hoje que ocorte permanente dos subsídios de férias e de natal seria "um desastre" mas não acredita que isso vá acontecer porque é "um exagero que só cria situações difíceis a Bruxelas".
No final do debate "Portugal, a crise e a importância da CPLP", que hoje decorre na Universidade Católica do Porto, Mário Soares foi questionado sobre o facto da Comissão Europeia não ter descartado a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas serem permanentes.
"Parece-me isso um desastre mas não quero dizer mais do que isso porque seria prematuro", começou por responder.
Questionado se pensa que Portugal caminha para esse cenário, o ex-primeiro-ministro foi perentório: "não quero acreditar nisso. Penso que não. Isso é um exagero que só cria situações difíceis a Bruxelas, no meu entender".
Perante a insistência dos jornalistas, Mário Soares disse não querer "falar muito sobre isso ou desenvolver" o tema porque "é dar força aos que fazem isso". "Isso é uma asneira. Não pode ser assim", concluiu.
*Título PG
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