segunda-feira, 23 de abril de 2012

Moçambique: Primeiro-ministro considera projeto PROSAVANA prioritário



MMT - Lusa

Maputo, 23 (Lusa) - O primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, considerou hoje "prioritário" o projeto PROSAVANA, que está a ser desenvolvido por agricultores brasileiros e japoneses em 12 distritos das províncias de Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, no norte e centro de Moçambique.

O projeto, que abrange cerca de 700 mil hectares de terra, visa promover uma agricultura empresarial, com uma forte componente de transferência de tecnologia.

Falando aos jornalistas, após receber uma missão empresarial que na semana passada visitou Moçambique, Aires Ali assegurou que o Governo moçambicano "tudo fará" para providenciar o necessário acompanhamento do projeto PROSAVANA.

O chefe da delegação brasileira, Luíz Nishimori, reconheceu haver alguns constrangimentos que precisam de ser resolvidos para que o programa produza resultados imediatos.

Luíz Nishimori apontou a necessidade do estabelecimento da cadeia de valor, de desenvolvimento da tecnologia agrícola, do fortalecimento do sistema de extensão agrária e a consulta comunitária por causa das terras, como alguns entraves para o arranque do projeto.

"Outras dificuldades prendem-se com o deficiente acesso aos fertilizantes e crédito, segurança pública e fraca consciência ambiental a nível local", disse Luíz Nishimori, citado pelo jornal Notícias de Maputo.

No ano passado, a organização moçambicana Justiça Ambiental de Moçambique considerou "preocupante e perigoso" a atribuição pelo Governo, "de uma só vez", de 60 mil quilómetros quadrados de terra a agricultores brasileiros, alertando para o risco de violação dos direitos da população.

O executivo de Maputo anunciou a oferta de uma área de 60 mil quilómetros quadrados no norte do país para agricultores brasileiros plantarem cereais e algodão por terem "experiência acumulada".

Citado pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro moçambicano da Agricultura, José Pacheco, referiu que as autoridades moçambicanas condicionaram a atribuição do lote de terras à criação de emprego a "90 por cento de mão-de-obra moçambicana".

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