quarta-feira, 25 de abril de 2012

Parlamento angolano aprovou por maioria resolução a condenar golpe de Estado em Bissau



EL - Lusa

Luanda, 24 abr (Lusa) - Apenas com os votos da bancada do MPLA, partido maioritário, o parlamento angolano aprovou hoje em Luanda uma resolução que condena com "veemência" o golpe de Estado do passado dia 12 de abril na Guiné-Bissau.

O debate da resolução, sem votos contra e com todas as bancadas da oposição a absterem-se na votação final, deu origem a um prolongado debate, com deputados da oposição a questionarem a manutenção de um contingente militar angolano na Guiné-Bissau, motivo alegado pelos militares guineenses para o golpe, na véspera do início da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais.

No calor do debate vieram ao de cima as alegações por parte da oposição quanto às anteriores intervenções militares angolanas nas repúblicas do Congo e Democrática do Congo e na Costa do Marfim.

Do lado da bancada do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), o deputado João Pinto respondeu com o "passado histórico dos povos guerreiros" angolanos.

"A nossa história é a história de um povo guerreiro que sempre que achar necessário vai defender outros povos", sublinhou João Pinto.

A bancada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), segundo maior partido no parlamento, foi a mais incisiva a questionar a oportunidade do envio de militares angolanos para a Guiné-Bissau, sem que previamente o parlamento fosse informado da decisão.

O deputado Makuta Nkondo classificou o envio dos militares como "extemporâneo" e considerou a sua presença, com armamento desproporcional para a tarefa que presidiu ao seu envio, como "motivo de instabilidade".

A deputada Ângela Bragança, do MPLA, classificou as alegações dos deputados da oposição como "penosas" e "estranhas", acusando-os de em vez de condenarem o golpe de Estado preferirem condenar a presença de militares angolanos.

"Assistimos aqui a uma flagrante falta de sentido de Estado", sublinhou.

Além de condenar o golpe de Estado, o texto da resolução exige a reposição da ordem jurídico-constitucional na Guiné-Bissau, e a libertação "imediata e incondicional" de todas as autoridades que se encontram presentemente detidas na Guiné-Bissau.

O contingente angolano estacionado na Guiné-Bissau, no âmbito da assistência à reforma dos setores de defesa e segurança guineenses, é composto por 230 militares e 38 agentes da polícia.

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