Público - Lusa
PS sublinha "sinal de desconforto", PCP denuncia "rumo de desastre"
O PS considerou um “sinal de descontrolo” as dúvidas manifestadas pelo primeiro-ministro Passos Coelho sobre um regresso de Portugal aos mercados em 2013, enquanto o PCP adiantou que isso mostra um “rumo de desastre” e o BE interpretou as declarações como o reconhecimento de “um segundo resgate” financeiro.
A oposição reagiu assim às declarações prestadas por Passos Coelho numa entrevista ao jornal alemão Die Welt, na qual o primeiro-ministro disse não saber “se Portugal regressará aos mercados em Setembro de 2013 ou mais tarde”. O secretário-nacional do PS, João Ribeiro, considerou “inacreditável” e um sinal do “descontrolo” do Governo que o primeiro-ministro já não tenha a certeza se Portugal regressará aos mercados no próximo ano, questionando a razão de tantos sacrifícios.
“É inacreditável o que acabamos de saber”, afirmou o secretário-nacional socialista, em declarações à Lusa a propósito da entrevista de Pedro Passos Coelho, na qual o primeiro-ministro adianta que, se for necessário, está garantida a ajuda financeira do FMI e da UE.
“Eu não sei se Portugal regressará aos mercados em Setembro de 2013 ou mais tarde. Naturalmente que eu quero isso mas, se por qualquer razão que não tenha a ver com a aplicação do programa, isso não funcionar, então o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) manterão a ajuda a Portugal. Já deram garantias disso”, referiu o primeiro-ministro.
Recordando o “desfile de autoelogios” do Governo sobre os bons resultados da receita que está a ser seguida e as declarações sistemáticas do primeiro-ministro de que se está no “bom caminho”, João Ribeiro insistiu em classificar as palavras de Passos Coelho como “inacreditáveis”.
“Por isso, perguntamos: para que anda a pedir tantos sacrifícios”, questionou o secretário-nacional socialista, acrescentando que este “é também um sinal claro do descontrolo do Governo”.
João Ribeiro lembrou ainda que há muitos meses que o PS avisa que há outro caminho, que passa pela promoção do crescimento económico e do emprego, reiterando que são “verdadeiramente inacreditáveis” as declarações do primeiro-ministro a um jornal alemão.
PCP critica “rumo de desastre”
“É inacreditável o que acabamos de saber”, afirmou o secretário-nacional socialista, em declarações à Lusa a propósito da entrevista de Pedro Passos Coelho, na qual o primeiro-ministro adianta que, se for necessário, está garantida a ajuda financeira do FMI e da UE.
“Eu não sei se Portugal regressará aos mercados em Setembro de 2013 ou mais tarde. Naturalmente que eu quero isso mas, se por qualquer razão que não tenha a ver com a aplicação do programa, isso não funcionar, então o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) manterão a ajuda a Portugal. Já deram garantias disso”, referiu o primeiro-ministro.
Recordando o “desfile de autoelogios” do Governo sobre os bons resultados da receita que está a ser seguida e as declarações sistemáticas do primeiro-ministro de que se está no “bom caminho”, João Ribeiro insistiu em classificar as palavras de Passos Coelho como “inacreditáveis”.
“Por isso, perguntamos: para que anda a pedir tantos sacrifícios”, questionou o secretário-nacional socialista, acrescentando que este “é também um sinal claro do descontrolo do Governo”.
João Ribeiro lembrou ainda que há muitos meses que o PS avisa que há outro caminho, que passa pela promoção do crescimento económico e do emprego, reiterando que são “verdadeiramente inacreditáveis” as declarações do primeiro-ministro a um jornal alemão.
PCP critica “rumo de desastre”
O PCP considerou, por sua vez, que ao admitir que Portugal poderá não regressar aos mercados em 2013, o primeiro-ministro está a mostrar “o rumo de desastre” para o país das medidas de austeridade impostas aos portugueses.
Em declarações à Lusa a propósito da entrevista ao primeiro-ministro, o membro da comissão política do PCP Jorge Cordeiro assinalou que se trata da prova do “rumo de desastre para o país e os portugueses” a que conduziram as políticas do executivo de maioria PSD/CDS-PP.
No comentário às palavras de Passos Coelho, Jorge Cordeiro acusou o Governo de, a pretexto do programa de assistência financeira estar “a aumentar a exploração, a empobrecer o povo e a retirar direitos”, dando como exemplo os cortes nos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos e pensionistas.
Jorge Cordeiro salientou ainda que a entrevista do primeiro-ministro a um jornal alemão torna ainda mais actual a proposta que o PCP apresentou na quinta-feira para a renegociação urgente da dívida, “pois só dessa forma será possível criar condições para libertar o país do colete de forças que só traz mais e mais dificuldades”.
BE sublinha “reconhecimento de novo resgate"
O BE considerou que, ao admitir que Portugal poderá não regressar aos mercados em 2012, o primeiro-ministro está a reconhecer “um segundo resgate” e a mostrar o total falhanço das políticas do Governo.
“O primeiro-ministro reconhece que andou a negociar um segundo resgate”, afirmou o dirigente do BE José Gusmão, em declarações à Lusa. Insistindo que apesar de Passos Coelho o negar, na entrevista ao Die Welt há a “admissão de um segundo resgate” porque nenhuma instituição fará injecções de dinheiro em Portugal sem condições, José Gusmão disse que o primeiro-ministro se limita a “tentar dourar a pílula”.
“Pode chamar-lhe o que quiser, mas há a admissão de um segundo resgate”, sublinhou.
O dirigente do BE destacou ainda o facto das declarações do primeiro-ministro “mostrarem o total falhanço da estratégia do Governo”, lembrando que o executivo sempre disse que as medidas de austeridade iriam colocar Portugal nos mercados em 2013.
José Gusmão lamentou também que o anúncio deste “segundo resgate” tenha sido feito na Alemanha e não em Portugal, junto dos partidos e dos próprios portugueses.
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