NME - Lusa
Luanda, 05 abr (Lusa) - O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, pediu hoje à directora-geral da Unesco, Irina Bokova, que este órgão das Nações Unidas faça o acompanhamento das políticas governamentais de combate à pobreza, porque em Angola muitas pessoas ainda "vivem mal".
Irina Bokova, que realizou uma visita de quase 24 horas a Luanda, falava à imprensa no final de uma reunião no Ministério das Relações Exteriores, onde assinou com o Governo angolano, um protocolo verbal de cooperação.
A directora-geral da Unesco foi hoje recebida pelo Chefe de Estado angolano, com quem abordou a situação política e social de Angola e a cooperação existente entre aquela organização e o Estão angolano.
"Abordei com o Presidente da República e ele foi franco nas suas opiniões. Estava consciente de que ainda existem muitas pessoas que vivem mal no país, por isso pediu-me que a Unesco faça um acompanhamento das políticas, das actividades que o Governo tem desenvolvido para ultrapassar a pobreza e para ter uma sociedade mais justa, igual e mais inclusiva", disse Irina Bokova.
A responsável fez um balanço positivo da visita, salientando que no domínio da educação, a Unesco vai dar especial atenção à formação de professores, à alfabetização e à educação pela paz.
"Para a Unesco, é uma obrigação construir a paz no espírito dos homens e das mulheres e nós consideramos hoje que existem no Mundo muitos desvios, por isso, a cultura da paz tem que estar enraizada", disse a directora.
De acordo com Irina Bokova, em Angola, que quarta-feira comemorou dez anos de paz, "as desigualdades são visíveis", apesar das suas "grandes atracções económicas, por isso "é necessário trabalhar para diminuí-las".
Por sua vez, o ministro da Educação de Angola, Mpinda Simão, e também o presidente da comissão angolana para a Unesco, referiu a importância de se concluir os programas e acções em curso, promover um balanço dos resultados do decénio "Educação para Todos" e perspectivar acções pós 2015.
No domínio da ciência, tecnologia e inovação, apontou a vontade do alargamento da cultura científica na sociedade, na melhoria da qualidade de ensino e no reforço da actividade científica.
Relativamente à cultura, o governante angolano pediu a conclusão, a "curto-médio prazo", do projecto de inscrição da antiga cidde de Mbanza Congo na lista do Património Mundial da Unesco, bem como das pinturas rupestres de Tchitundu-Hulo e o Corredor do Kwanza.
A nível da Comunicação Social, as perspectivas vão para um maior apoio na capacitação de jornalistas, na criação de rádios comunitárias, tendo em vista o aumento do papel dos órgãos de comunicação social na formação do homem novo e na geração de valores.
Durante a sua estada em Angola, a directora-geral da Unesco durante manteve vários encontros e visitou várias instituições de ensino.
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