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Díli, 04 abr (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, saudou hoje, em comunicado, a realização das eleições parciais de domingo na Birmânia e a vitória da Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991.
"Felicito a abertura do regime e este importante passo em frente dado para a democratização do país", refere o chefe de Estado timorense no comunicado.
No comunicado, José Ramos-Horta, a quem foi atribuído o Nobel da Paz em 1996, deseja a Aung San Suu Kyi "êxito no desempenho das responsabilidades políticas que vier a assumir".
O partido político da ativista pró-democracia Aung San Suu Kyi venceu 43 dos 44 lugares de deputado a que concorreu, segundo os primeiros resultados oficiais das eleições intercalares de domingo passado.
De acordo com o anúncio da comissão eleitoral, feito através da televisão estatal, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês) registou assim uma vitória esmagadora nestas eleições intercalares, tornando-se na principal força da oposição no parlamento federal da Birmânia. O governo já disse aceitar o resultado do escrutínio.
O partido ganhou 37 lugares dos 440 da câmara baixa do parlamento, quatro na câmara alta e dois nas câmaras regionais, segundo a comissão eleitoral.
A NLD não participava em eleições desde 1990, quando o partido também venceu por larga maioria, mas que a ditadura militar, que governou o país durante quase meio século, invalidou de imediato.
Com esta vitória, Aung San Suu Kyi, que a junta militar manteve em prisão domiciliária durante a maior parte dos últimos 20 anos, até lhe ter devolvido a liberdade em 2010, ganha pela primeira vez um lugar no parlamento da Birmânia.
O presidente da Birmânia, Thein Sein, considerou terça-feira as eleições "transparentes, livres e justas", garantindo que o governo vai aceitar os resultados.
O parlamento federal birmanês tem cerca de 650 deputados e, por isso, as eleições intercalares, para preencher 44 lugares, não representam um grande desafio ao poder do governo leal aos militares nem às próprias Forças Armadas, às quais a constituição garante 25 por cento dos lugares no parlamento.
Desde 2010, quando a junta militar entregou o poder ao novo governo, composto por civis, que o novo executivo tem surpreendido críticos e observadores ao adotar um processo de reformas políticas.
Além das eleições intercalares de domingo passado, as reformas incluíram a libertação de Suu Kyi e de cerca de 300 presos políticos, um processo de paz com as minorias rebeldes e separatistas do país, bem como o atenuar da censura à liberdade de expressão.
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