FPA (EL) - Lusa
Addis Abeba, 24 abr (Lusa) - A União Africana (UA) começou hoje em Adis Abeba uma reunião para pressionar os autores dos golpes de Estado na Guiné-Bissau e no Mali a restaurar a ordem constitucional.
Os líderes da UA vão também tentar dissuadir o Sudão e o Sudão do Sul de iniciarem novo conflito.
Na abertura do encontro, o comissário da UA para as questões da paz e segurança, Ramtane Lamamra, afirmou que a união quer trabalhar com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o resto da comunidade internacional "para encontrar soluções rápidas, imparciais, justas e duradouras" na Guiné-Bissau e no Mali, onde militares realizaram golpes de Estado a 12 de abril e 22 de março, respetivamente.
Ramtane Lamamra sublinhou "a dupla dimensão da restauração da ordem constitucional e da preservação da integridade territorial da República do Mali".
O Mali entrou oficialmente num processo de transição depois de os golpistas terem aceitado, a 06 de abril, restabelecer a ordem constitucional, na sequência de uma mediação da CEDEAO dirigida pelo Burkina Faso.
Ameaçada de sanções pela ONU, a junta que protagonizou o golpe na Guiné-Bissau recuou no sábado e afirmou-se pronta para rever os modelos de transição decididos com os partidos que se opunham ao regime deposto, e que previa a suspensão das eleições durante dois anos.
Na sequência dos golpes de Estado, o Mali e a Guiné-Bissau foram suspensos da UA, que ameaçou ainda com sanções individuais os membros da junta guineense.
A reunião de hoje foi convocada por Angola, país que este mês preside à União Africana, e os trabalhos serão dirigidos pelo chefe da diplomacia angolana, Georges Chicoti.
Fonte diplomática em Addis Abeba, citada na segunda-feira pela agência noticiosa angolana Angop, disse que, relativamente à Guiné-Bissau, deverá ser aprovada uma "condenação mais firme" dos autores do golpe de Estado de 12 de abril, "no que concerne à responsabilização criminal".
A libertação imediata de todos os detidos, nomeadamente o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, deverá igualmente constar do texto final.
A Angop destacou que "os membros do Conselho de Paz e Segurança (CPS) deverão trabalhar com as Nações Unidas no sentido do envio de uma força com mandato internacional para a estabilização da Guiné-Bissau".
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