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Homem de 77 anos se mata com um tiro em frente ao Parlamento, na capital Atenas, dando início a uma nova onda de protestos na Grécia.
O suicídio de um aposentado em praça pública gerou uma nova onda de protestos nas duas maiores cidades do país, Atenas e Tessalônica.
O homem, de 77 anos, suicidou-se com um tiro na cabeça na manhã desta quarta-feira (05/04), na Praça Sintagma, em frente ao Parlamento de Atenas, e deixou uma nota na qual afirma que sua pensão não dava para viver, depois dos muitos cortes que sofreu, e acusa o governo de traição.
Após o suicídio, cerca de 1.500 manifestantes ocuparam a praça Sintagma ao longo do dia. Algumas delas gritavam "não foi suicídio, foi assassinato". Outras rezaram e deixaram velas e notas de protesto ao lado da árvore onde se matou o idoso, contra a difícil situação econômica enfrentada pela Grécia.
À noite, o protesto se tornou violento. Alguns manifestantes jogaram pedras e bombas caseiras contra as tropas de choque da polícia, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.
Também em Tessalônica, a segunda mais importante cidade grega, concentraram-se milhares de pessoas. Mais protestos estão marcados para esta quinta-feira na Grécia.
Numa nota encontrada com o suicida, um farmacêutico aposentado de 77 anos, ele afirma que não tinha mais condições de sobreviver com a sua aposentadoria, reduzida devido aos cortes ordenados pelo governo.
"Não vejo outra solução além de um fim digno antes de começar a vasculhar a lata de lixo atrás de comida", diz a nota. O nome do aposentado não foi divulgado.
As taxas de suicídio subiram na Grécia desde que o governo do país passou a implementar uma série de medidas de austeridade com o obejtivo de reduzir o deficit público e o endividamento do Estado e garantir ajuda externa da União Europeia e do FMI. As aposentadorias foram fortemente afetadas pelos cortes.
AS/rtr/ap/lusa - Revisão: Marcio Pessôa
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