SCA - Lusa
Addis Abeba, 07 abr (Lusa) - A União Africana (UA) saudou hoje o acordo alcançado na sexta-feira entre a junta militar que tomou o poder no Mali, em março passado, e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Este acordo antecipa "um conjunto de medidas que prevê o regresso da ordem constitucional ao Mali", referiu o presidente da comissão da UA, Jean Ping, num comunicado, exortando ainda "todas as partes envolvidas a aplicar com boa fé" este acordo.
Na mesma nota informativa, Jean Ping reiterou o compromisso da UA para o restabelecimento da democracia no Mali e "na proteção da unidade nacional e da integridade territorial do país".
A junta militar e os países da África Ocidental (CEDEAO) assinaram na sexta-feira um "acordo-quadro" que prevê, entre outros aspetos, a transferência de poderes para um presidente interino em troca de uma amnistia para os dissidentes.
O anúncio foi formalizado na televisão estatal ORTM pelo líder da junta militar, capitão Amadou Sanogo, e o ministro do Burkina Faso, Djibrill Bassolé, país que assume o papel de mediador da CEDEAO para a crise do Mali.
A assinatura do acordo aconteceu no mesmo dia em que o grupo independentista tuaregue Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA) anunciou a independência desta região no norte do Mali.
O Mali atravessa uma grave crise política na sequência do golpe de Estado de 22 de março, que derrubou o Governo do presidente Amadou Toumani Touré, algumas semanas antes das eleições presidenciais previstas para 29 de abril.
Na sequência da instabilidade política, as forças tuaregues têm vindo a conquistar terreno na região Norte do país.
A CEDEAO integra 15 Estados-membros: Benim, Burkina-Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
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