Agência Câmara deNotícias (gov-br)
Um grupo de dez timorenses, todos da área jurídica, veio ao Brasil com o desafio de adquirir conhecimentos para ajudar a reconstruir e estruturar as instituições do Timor Leste. O país conquistou a independência em 2002, depois de mais de 20 anos dominado pela Indonésia.
No treinamento oferecido pela Câmara, eles vão estudar, por exemplo, Direito Constitucional, Processo Legislativo e Português, que é a língua oficial do Timor. Mas durante a ocupação da Indonésia foram obrigados a aprender outros dialetos.
A coordenadora do curso, Thaís Costa, conta que eles precisam reaprender o português. “A importância disso é que lá as leis são escritas em português. Desde a independência, eles se utilizam de profissionais estrangeiros, das Nações Unidas, por exemplo, para fazer esse trabalho de reconstruir o País”, disse.
A coordenadora do curso, Thaís Costa, conta que eles precisam reaprender o português. “A importância disso é que lá as leis são escritas em português. Desde a independência, eles se utilizam de profissionais estrangeiros, das Nações Unidas, por exemplo, para fazer esse trabalho de reconstruir o País”, disse.
Acordo internacional
A vinda desse grupo ao Brasil só foi possível por causa de um acordo entre o Parlamento do Timor Leste e a Câmara dos Deputados. O treinamento vai durar seis meses. Praticamente todas as despesas aqui no Brasil são pagas pelo governo do Timor. A Câmara oferece a capacitação e o transporte do hotel até o Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara. Eles têm aula de segunda à sexta, das 9h às 17h.
Todos eles deixaram a família no Timor Leste para estudar aqui no Brasil durante esse período. Além das dificuldades, principalmente por não falarem fluentemente o Português, sofrem muito com saudade de casa. Rita Siqueira deixou no Timor uma filha de apenas um ano de vida. Ela conta que muitas vezes chora de saudade. Mas acredita que o sacrifício vale a pena. “Quando falamos da minha filha sinto saudade, choro, mas sinto que preciso vir para cá estudar.”
Cacilda Afonso, que também faz parte do grupo, conta que durante a guerra, que devastou o país, ela e a família foram morar nas montanhas do Timor na tentativa de se esconder do exército indonésio. E acredita que esse treinamento é importante para ajudar a reconstruir o país. “O meu país é muito novo, a independência ocorreu em 2002; é como uma criança que precisa de outra pessoa para ir andando”, disse.
Experiência inédita
O diretor-geral da Câmara, Rogério Ventura, afirma que o Timor Leste é um dos principais parceiros da Câmara, mas que a vinda desse grupo para receber treinamento é uma experiência inédita. “Eles estão tendo a oportunidade de participar desse programa, que vai permitir a cada um contribuir para um melhor parlamento no Timor Leste. Nos últimos anos, a Câmara desenvolveu muito essa prática de troca de experiência”, disse.
Reportagem: Jaciene Alves - Edição: Newton Araújo
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