JSD - Lusa
Cidade da Praia, 28 mai (Lusa) - A diminuição gradual das doenças transmissíveis e o crescimento das não transmissíveis apresentam novos desafios para Cabo Verde, na área da Saúde, reconheceram hoje as duas maiores forças políticas cabo-verdianas.
O diagnóstico do estado da Saúde no arquipélago foi tema de um debate parlamentar entre o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001) e o Movimento para a Democracia (MpD, oposição), que abriu os trabalhos da sessão plenária de maio.
O líder parlamentar do MpD, Fernando Elísio Freire, lembrou a definição dada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considerou a transição em Cabo Verde como um "duplo fardo epidemiológico", devido à convivência de doenças crónicas não transmissíveis em crescimento e uma elevada prevalência de doenças infecciosas e parasitárias.
No debate, subordinado ao tema "Os Atuais Desafios do Setor da Saúde em Cabo Verde", Elísio Freire desafiou o Governo de José Maria Neves, igualmente líder do PAICV, a melhorar os indicadores de Saúde, defendendo a criação de um fórum entre os setores público e privado para que se possa agir em complementaridade.
A resposta veio do homólogo do PAICV, José Manuel Andrade, que, reconhecendo os desafios, apresentou números que disse demonstrarem a evolução dos indicadores em Cabo Verde, país de rendimento médio desde 2008, lembrando que o setor da Saúde recebe 8 por cento do Orçamento de Estado (OE), apenas abaixo do afetado à Educação.
Segundo o líder parlamentar do PAICV, a esperança de vida situa-se agora nos 72,7 anos (76,4 para as mulheres, 68,7 para os homens) e a taxa bruta de natalidade desceu de 29,3 por cada 1.000 habitantes, em 2000, para 25,7/1.000 em 2009, "valor ainda considerado alto num país que depende fortemente da ajuda externa".
José Manuel Andrade disse também ter registado uma "melhoria sensível" na taxa de mortalidade infantil, que passou dos 24,9/1.000 em 2008 para 20,1/1.000 em 2009.
Na última década, resumiu o deputado do PAICV, a rede de infraestruturas de saúde foi "significativamente ampliada" com a construção de novos hospitais, centros de saúde e unidades sanitárias em todas as ilhas e que os recursos humanos - médicos, enfermeiros e pessoal técnico - têm "aumentado paulatinamente", apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer.
Sem comentários:
Enviar um comentário