sexta-feira, 18 de maio de 2012

COMBATE À POBREZA É O MAIOR DESAFIO DOS TIMORENSES



MSE - Lusa

Díli, 18 mai (Lusa) - O combate à pobreza, que ainda atinge 41 por cento da população, é um dos maiores desafios das autoridades de Timor-Leste que celebram domingo o 10.º aniversário da restauração da independência do país.

Segundo números das Nações Unidas, 41 por cento da população timorense vive com menos de um dólar por dia e os mais pobres estão localizados fora da capital timorense, no interior do país, onde o desenvolvimento tarda a chegar.

Timor-Leste tem pouco mais de um milhão de habitantes e 21,4 por cento da população vive na capital, que conheceu um grande progresso nos últimos anos e onde o acesso aos bens e ao emprego é mais facilitado.

Apesar disso, Díli ainda apresenta uma série de fragilidades ao nível do saneamento básico e da habitação, que se tornou precária, por não chegar para todos.

Com uma aposta séria no setor elétrico, considerado fundamental pelo governo para o desenvolvimento, em finais de 2011, a costa norte de Timor-Leste passou a ser abastecida por luz pública, mas à costa sul, mais atrasada, só deverá chegar durante este ano.

Na educação, Timor-Leste conseguiu que mais de 400 mil jovens e crianças entre os três e os 18 anos de idade frequentassem a escola, segundo dados dos serviços de estatística timorenses relativos a 2010.

No setor da saúde, os indicadores dos últimos 10 anos revelam que 78 por cento das crianças são tratadas em relação a doenças básicas, 86 por cento das mães recebem cuidados pré-natais e que a incidência das mulheres mal nutridas desceu 29 por cento.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio foram alcançados no que se refere às taxas de mortalidade de crianças com menos de cinco anos e às taxas de mortalidade infantil.

Na economia, os números do Fundo Monetário Internacional apontam para uma previsão de crescimento económico em 2012 na ordem dos 10 por cento, com o país a manter reservas no Fundo petrolífero superiores a dez mil milhões de dólares.

Em 2002, Timor-Leste era a nação mais pobre do sudeste asiático, equiparada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ao Ruanda. Atualmente, tenta descolar da lista dos países de rendimento baixo.

Opinião Página Global

O combate à pobreza de que a ONU tanto fala mas que pretende regular (minimizar) com caridadezinhas não pode estar dissociado do combate à corrupção. A corrupção, o autismo, a incompetência, o roubo, são os principais causadores da pobreza em Timor-Leste. A maior corrupção está no aparelho do Estado, no governo de Xanana Gusmão. Se assim não fosse era gratificante que a ONU conseguisse explicar como foi possível que muitos indivíduos - timorenses e estrangeiros – chegasse a Timor-Leste praticamente só com a roupa que levavam vestida e agora possuam riqueza que a avaliar pelo que exibem não pode ter sido conseguida com os ordenados que recebem segundo o declarado e é do conhecimento geral. Mas sobre isso a ONU diz quase nada ou mesmo NADA. Talvez porque também no seu seio a transparência seja suficientemente opaca para poder segurar o “touro pelos cornos”. Talvez, ou de certeza?

Vimos na peça em baixo, já a seguir, artigo da Lusa sobre dezenas de condecorações que o presidente José Ramos Horta destinou a personalidades nacionais e estrangeiras. Poderá parecer que se trata da vulgarização de condecorações mas se bem repararmos não o é. A Lusa e a RTP, por exemplo, merecem ser condecoradas pelo trabalho que os seus profissionais têm vindo a desenvolver em Timor-Leste. Merecem-no a par de críticas - às empresas - que raramente lhes são feitas sobre o pintar de cor-de-rosa Timor-Leste e esquivarem-se sistematicamente a reportar a sério as duras e tristes realidades sobre as carências que assolam o país, sobre as injustiças que recaem sobre os timorenses, sobre a opulência em que vivem cerca de 4 ou 5 por cento de timorenses que, igualmente, chegaram a Timor-Leste quase só com a roupa que tinham no corpo. Entre eles contamos com Xanana Gusmão e a sua família, que já não é exemplo saudável de coisa nenhuma. Toda a sua família e amigos (os que se mantenham amigos e oportunistas). Mas sobre isso nem a Lusa nem a RTP se afoitam a fazer uma abordagem, possível desde que seja elaborada de modo inteligente. E da fome que sabemos existir em Timor-Leste, porque não uma reportagem? E de muitas mais carências que nos mostrem o Timor-Leste real?

Sem que se possa dizer que curiosamente vimos na mesma peça em baixo a ilustração de uma fotografia de uma criança a vender bandeiras. Elas pululam em Díli a vender tudo o que podem, até o corpo a pedófilos… Mas disso nada se sabe pelo reportado pela Lusa ou pela RTP. A miséria e a desgraça não são para reportar porque isso ofenderia os Donos de Timor-Leste e do Povo Timorense, ou seja: o regime xanananista. Também nisso Ramos Horta tem muita responsabilidade. Em calar as verdades dolorosas e vergonhosas que assolam o povo timorense. Compreende-se (não sem lugar a critica) porque ele foi educado num sistema de caridadezinha e para ele, para os bispos, para muitos, Timor-Leste sem pobreza era como o deserto sem areia. Dez anos de independência. Parabéns. Mas, independência de quem? (Redação PG – AV)

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