Jornal de Notícias
O Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para se envolver ativamente na imposição de "tolerância zero" com a tomada do poder pelos militares na Guiné-Bissau.
O apelo consta de uma declaração à comunicação social aprovada, esta terça-feira, pelos 15 países membros do Conselho de Segurança, após as consultas de segunda-feira na ONU sobre a crise na Guiné-Bissau, em que participaram o representante da ONU em Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola e a comissária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para os assuntos políticos.
Os países-membros apelam à CEDEAO para, "em coordenação com a ONU, União Africana e CPLP, prosseguir os seus esforços para implementar a sua política de 'tolerância zero' com a tomada do poder inconstitucional na Guiné-Bissau e permitir a reposição da ordem constitucional".
"Apelam ainda ao secretário-geral para se envolver ativamente para este fim".
Na reunião de segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires, criticou a CEDEAO por "incentivar golpes de Estado" ao "legitimar" os golpistas que tomaram o poder em 12 de abril.
Isto, adiantou, por "não consagrar" nas suas mais recentes decisões "a retoma do processo eleitoral para a segunda volta nem o retorno das autoridades legítimas em funções e apontar para a eleição de nova mesa da Assembleia Nacional".
Em declarações à Lusa, a comissária da CEDEAO para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Salamatu Hussaini, afirmou que "a proposta da CEDEAO foi aceite pelo PAIGC", que estava a trabalhar com a organização para "operacionalizar" as propostas e reagiu mesmo com "grande surpresa" à intervenção de Djaló Pires.
"É um novo desenvolvimento que estejam a opor-se às nossas sugestões, mas acreditamos que, no final, vão concordar", adiantou à Lusa.
O comunicado do Conselho de Segurança apela à CEDEAO para "coordenar" os seus esforços com a ONU, a União Africana, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, União Europeia e outro parceiros internacionais, para "assegurar que a estratégia de estabilização de longo prazo lida efetivamente com assuntos críticos".
Estes assuntos, adianta, incluem a implementação da reforma do setor de Segurança, combate à impunidade, ao tráfico de droga e promoção do desenvolvimento socioeconómico.
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