segunda-feira, 14 de maio de 2012

Guiné-Bissau: NIGÉRIA ENVIA TROPAS ATÉ SEXTA-FEIRA



Lusa

A Nigéria vai enviar, até sexta-feira, tropas para a Guiné-Bissau, que atravessa um impasse desde o golpe de Estado militar de 12 de abril, anunciou hoje o ministro da Defesa nigeriano.

A declaração foi feita pelo governante na abertura da reunião que decorre em Abuja, na Nigéria, entre responsáveis militares dos países da África Ocidental, que debatem as situações na Guiné-Bissau e no Mali.

"Vamos mobilizar tropas até dia 18", declarou o ministro Bello Haliru Mohammed, sem dar mais detalhes, nomeadamente sobre a composição da força e o número de militares.

Opinião Página Global

Pelo que se sabe, pelo que vem sendo tornado público, a CEDEAO está a legitimar o golpe de estado da Guiné-Bissau e a entregar o poder aos golpistas e a seus mandatários. Também há indicações de que a ONU aceita a atitude da CEDEAO apesar de aparentemente “resmungar”.

Há quem afirme entre os responsáveis da CEDEAO que estão a tomar as medidas constitucionais em determinados aspetos. Falácias. Seguir e respeitar a Constituição da República da Guiné-Bissau é simplesmente acatar a escolha do povo guineense nas últimas eleições, em que entregaram a governabilidade a Carlos Gomes Júnior e respetivo governo. Tudo o resto são falsidades de uma CEDEAO composta por alguns governantes assassinos, golpistas, desonestos, ladrões, corruptos, que em certos casos foram “eleitos” através de fraudes eleitorais.

A CEDEAO não tem, nem merece, credibilidade para decidir sobre a Guiné-Bissau, acima das decisões do povo daquele país. Está mais que provado que a camarilha golpista guineense não é desejada pelo povo, pelos que elegeram o governo. Governo que agora é a CEDEAO que o mantém refém de decisões tomadas à revelia da via democrática e constitucional do país.

Compete à ONU saber resistir e exigir a reposição da legalidade, conduzindo o governo eleito no rápido regresso às suas funções, para além de exigir pesadas medidas punitivas dos golpistas. Tudo que sair desta decisão representa a legitimação da ilegalidade, das inconstitucionalidades preconizadas e praticadas pelos militares do golpe de estado. A ONU e a maioria dos países que a constituem têm a possibilidade de não reconhecer o governo imposto pelos golpista e pela CEDEAO se acaso não for entendido que repor a legalidade na Guiné-Bissau significa devolver os poderes e as decisões aos políticos eleitos. (Redação PG - RP)

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