Álvaro Santos Pereira começa visita hoje. Só quatro ministros nunca visitaram o país. Privatizações, negócios, banca: os assuntos que levam o Executivo a correr para Luanda
O Governo de coligação PSD-CDS não larga Angola. Desde que tomou posse, o Executivo já realizou 12 visitas oficiais a este país africano, um dos principais mercados da economia portuguesa fora da União Europeia e cujo investimento em Portugal tem aumentado consideravelmente.
O «recordista» de visitas a Luanda é o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, que se deslocou ao país africano em novembro e março. Dos onze ministros, só quatro não realizaram visitas oficiais a Angola: Aguiar Branco (Defesa), Paula Teixeira da Cruz (Justiça), Mota Soares (Solidariedade e Segurança Social) e Paulo Macedo (Saúde).
Os capitais angolanos estão na banca portuguesa (compra do BPN pelo BIC e posições no BCP e no BPI), mas também em empresas como a Galp e a ZON e na comunicação social («Sol»). No entanto, na última quinta-feira, o ministro angolano Manuel Vicente deixou o aviso: o investimento direto em Portugal deixou de ser uma prioridade, cabendo aos empresários privados «encontrarem oportunidades» no mercado português. Uma intenção que Álvaro Santos Pereira poderá já esta segunda-feira procurar contrariar.
As visitas:
- Paulo Portas, julho, reunião da CPLP e encontro com o presidente angolano. O ministro dos Negócios Estrangeiros abriu caminho para o acordo sobre as novas regras dos vistos. O jornal «i» noticiou discussões sobre a privatização do BPN, mas Paulo Portas negou o envolvimento no negócio.
- Miguel Macedo, novembro, fórum da CPLP e assinatura de acordos de cooperação e de facilitação da circulação de cidadãos entre os dois países.
- Passos Coelho, novembro, destacando-se uma reunião com José Eduardo dos Santos. O primeiro-ministro foi acompanhado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Piscou o olho à entrada de capital angolano nas privatizações da TAP, da ANA, dos CTT e dos transportes. Perdeu o iPad no avião da TAAG que o transportou. Esta visita levou Martin Schulz (presidente do Parl. Europeu) a criticar os pedidos de investimento angolano em Portugal, considerando que a estratégia «condena o país ao declínio».
- Miguel Relvas, janeiro, falou com vários membros do governo angolano e assinou acordos entre a Agência Lusa e o grupo Medianova e entre a RTP e a TPA. O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse que a participação de capitais angolanos em empresas portuguesas de comunicação social «é normal».
- Assunção Cristas, março, encontros com os titulares das suas pastas no governo angolano e reunião de ministros CPLP. A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território abordou a privatização da Águas de Portugal, garantindo que Angola está «interessada» e «atenta». Faltou a uma discussão, em Bruxelas, sobre as ajudas comunitárias devido à seca.
- Vítor Gaspar, março, com a secretária de Estado do Tesouro e das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Destacaram-se as conversas do ministro das Finanças com o presidente do Conselho de Administração da Sonangol e com o ex-presidente da petrolífera angolana, agora ministro da Coordenação Económica, quando a Sonangol negociava a compra de parte do capital da Eni na Galp. O «Expresso» revelou que, com esta visita, os angolanos garantiram a entrada direta na petrolífera portuguesa.
- Nuno Crato, março, reunião da CPLP. O ministro da Educação e da Ciência assinou acordos de cooperação, mas não conseguiu convencer Angola a ratificar o Acordo Ortográfico. O mesmo aconteceu com Francisco José Viegas, que em abril participou no encontro dos Ministros da Cultura da CPLP.
- Álvaro Santos Pereira, maio, reunião da CPLP. O ministro da Economia e do Emprego tentará reforçar a cooperação económica e empresarial. Energia, transportes e obras públicas são os focos. Em julho, o secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional já tinha visitado Angola.
O «recordista» de visitas a Luanda é o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, que se deslocou ao país africano em novembro e março. Dos onze ministros, só quatro não realizaram visitas oficiais a Angola: Aguiar Branco (Defesa), Paula Teixeira da Cruz (Justiça), Mota Soares (Solidariedade e Segurança Social) e Paulo Macedo (Saúde).
Os capitais angolanos estão na banca portuguesa (compra do BPN pelo BIC e posições no BCP e no BPI), mas também em empresas como a Galp e a ZON e na comunicação social («Sol»). No entanto, na última quinta-feira, o ministro angolano Manuel Vicente deixou o aviso: o investimento direto em Portugal deixou de ser uma prioridade, cabendo aos empresários privados «encontrarem oportunidades» no mercado português. Uma intenção que Álvaro Santos Pereira poderá já esta segunda-feira procurar contrariar.
As visitas:
- Paulo Portas, julho, reunião da CPLP e encontro com o presidente angolano. O ministro dos Negócios Estrangeiros abriu caminho para o acordo sobre as novas regras dos vistos. O jornal «i» noticiou discussões sobre a privatização do BPN, mas Paulo Portas negou o envolvimento no negócio.
- Miguel Macedo, novembro, fórum da CPLP e assinatura de acordos de cooperação e de facilitação da circulação de cidadãos entre os dois países.
- Passos Coelho, novembro, destacando-se uma reunião com José Eduardo dos Santos. O primeiro-ministro foi acompanhado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Piscou o olho à entrada de capital angolano nas privatizações da TAP, da ANA, dos CTT e dos transportes. Perdeu o iPad no avião da TAAG que o transportou. Esta visita levou Martin Schulz (presidente do Parl. Europeu) a criticar os pedidos de investimento angolano em Portugal, considerando que a estratégia «condena o país ao declínio».
- Miguel Relvas, janeiro, falou com vários membros do governo angolano e assinou acordos entre a Agência Lusa e o grupo Medianova e entre a RTP e a TPA. O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse que a participação de capitais angolanos em empresas portuguesas de comunicação social «é normal».
- Assunção Cristas, março, encontros com os titulares das suas pastas no governo angolano e reunião de ministros CPLP. A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território abordou a privatização da Águas de Portugal, garantindo que Angola está «interessada» e «atenta». Faltou a uma discussão, em Bruxelas, sobre as ajudas comunitárias devido à seca.
- Vítor Gaspar, março, com a secretária de Estado do Tesouro e das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Destacaram-se as conversas do ministro das Finanças com o presidente do Conselho de Administração da Sonangol e com o ex-presidente da petrolífera angolana, agora ministro da Coordenação Económica, quando a Sonangol negociava a compra de parte do capital da Eni na Galp. O «Expresso» revelou que, com esta visita, os angolanos garantiram a entrada direta na petrolífera portuguesa.
- Nuno Crato, março, reunião da CPLP. O ministro da Educação e da Ciência assinou acordos de cooperação, mas não conseguiu convencer Angola a ratificar o Acordo Ortográfico. O mesmo aconteceu com Francisco José Viegas, que em abril participou no encontro dos Ministros da Cultura da CPLP.
- Álvaro Santos Pereira, maio, reunião da CPLP. O ministro da Economia e do Emprego tentará reforçar a cooperação económica e empresarial. Energia, transportes e obras públicas são os focos. Em julho, o secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional já tinha visitado Angola.
Sem comentários:
Enviar um comentário