quarta-feira, 23 de maio de 2012

Moçambique: PM reconhece impaciência da população para melhorar vida...



... com descoberta de recursos minerais

MMT - Lusa

Maputo, 23 mai (Lusa) - O primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, reconheceu hoje a impaciência dos moçambicanos em querer melhorar a vida, na sequência das descobertas dos recursos naturais, mas garantiu que o "grande desafio" do governo é "gerir expetativas" da população.

Na cerimónia de abertura da conferência Nórdico-Moçambicana sobre Crescimento Inclusivo, que começou em Maputo, Aires Ali disse que "os anúncios de descoberta de recursos naturais têm criado enormes expetativas no seio dos moçambicanos, ansiosos em ver as suas condições de vida melhoradas".

O governante acrescentou que "a ansiedade é de tal ordem que acaba criando impaciência, o que decorre, em parte, do défice do conhecimento da parte da população sobre o respetivo horizonte temporal, porque se tem que passar desde a descoberta de um recurso até a sua exploração".

Em Moçambique, diversas empresas estão a fazer prospeção mineira.

Recentemente, a brasileira Vale assinou o contrato para a extração do carvão de Moatize, mas a primeira exportação foi feita a 14 de setembro do ano passado, enquanto a petrolífera ENI prevê produzir o gás da Bacia do Rovuma só em 2018.

Aires Ali considerou ainda que esta inquietação dos moçambicanos, em relação aos benefícios diretos dos recursos minerais, resulta também dos ganhos que o país quer tirar em cada uma das fases (antes e depois do início da produção) e a forma "como estes ganhos se refletem ou podem refletir nas condições de vida da população".

"A gestão dessas expetativas é um grande desafio para o governo e a colaboração de atores não estatais neste exercício é deveras importante de modo a desfrutarmos dos ganhos da exploração dos nossos recursos em ambiente de paz, harmonia e tranquilidade", sublinhou.

"Os recursos são de todos moçambicanos e devem contribuir para o reforço da unidade nacional", disse.

A criação de plataformas e redes de intercâmbio e colaboração para promover o crescimento inclusivo em Moçambique são os objetivos da conferência de dois dias que cinco países nórdicos organizam até quinta-feira, em Maputo, que conta com a participação de académicos, funcionários de alto nível e representantes da sociedade civil.

Sem comentários:

Mais lidas da semana