sábado, 5 de maio de 2012

OS RAPAZES CURTEM NO RESORT BELORIZONTE EM CABO VERDE, QUAL É O MAL?


Aguiar Branco, ministro "guerreiro", até quando?
António Veríssimo

QUE NÃO PAGUE O JUSTO PELO PECADOR

Por vezes não é fácil entender as pessoas, ou talvez seja fácil mas por uma questão de ingenuidade, de optimismo, de boa vontade, não queremos acreditar que afinal o que se trata é de pessoas mesquinhas, invejosas, egoístas, medíocres, sem determinadas áreas do cérebro a funcionar… Enfim. Acresce a isto que aqueles que estão nos poderes, os políticos e outros das suas ilhargas, têm todas essas características e ainda mais umas grandes doses de incompetência, o vírus da corrupção, das seitas de interesses dúbios e nefastos a que aderem e para onde são recrutados, sobredoses de ganância e de mentes criminosas que a coberto da democracia e dos altos cargos que desempenham (mal) lhes proporciona escandalosas impunidades. Esses são os políticos e outros das seitas em Portugal. Neste caso das “férias” em Cabo Verde que aparentemente vai dar que falar e dar para criticar “o mexilhão”, sobressai a responsabilidade do governo, dos ministros, do ministro “guerreiro” que mostra a sua mediocridade e incompetência ao decidir e ordenar aos militares portugueses que avançassem para a Guiné-Bissau precipitadamente e sem o mínimo de condições… Muito mais se poderia dizer sobre este mentecapto que é ministro da Defesa, Aguiar Branco, e até de Paulo Portas e de Passos Coelho, que parece terem querido reeditar uma pobre sombra do “para Angola rapidamente e em força”. Devaneios saudosos do Salazar-colonialismo. Verdade que também tiveram e têm por aliado, um PR da mesma estirpe. Que, ao que se sabe, como militar, na sua juventude, na ex-colónia de Moçambique, nem um tiro deu… A não ser com espingarda de pressão de ar… Se deu. Esse sim. Foi lá passar umas férias. Como as tem passado, muito à custa dos portugueses, por quase toda a sua vida. Com uma ganância assanhada e uma hipocrisia devastadoras. Cavaco Silva, diga-se.

O que se passa?

Numa penada: Guiné-Bissau, militares portugueses, fragatas, avião, Cabo verde, resort Belorizonte, praia, comer, beber, praia e o mais que vier porque os militares estão (devem estar) sempre prontos para a luta e para a morte em defesa do país e dos portugueses. Eles nada pedem a não ser reciprocidade na consideração que merecem porque é isso que nos dão, se necessário, com a própria vida, a maior parte das vezes sem pensarem seriamente nas consequências que a sua opção de serem militares acarreta a nível de sacrifícios de toda a espécie e de total disponibilidade à Pátria.

Digamos que esta abordagem se destina a recuperar o texto do título “Cenário de férias das tropas portuguesas no Sal deixa turistas perplexos”, do JN, que também pode encontrar em postagem a seguir no PG.

O modo como o Estado-Maior explica as razões das “férias” dos militares contém a verdade. Por razões logísticas tiveram que optar por alugar alojamento e tudo o que é imprescindível naquelas circunstâncias, a fim de manterem as condições adequadas, necessárias e dignas para a operacionalidade dos militares no terreno. O que o Estado-Maior não aponta nas suas declarações é a quem pertence a responsabilidade da leviandade de fazer avançar tal aparato militar sem cuidar da imprescindível logística que poderia suportar as condições necessárias para os militares na missão. E essa pertence aos superiores hierárquicos militares que reúnem com os ministros se não os alertaram para a complexidade da decisão que tomaram e ordenaram. Mas dificilmente podemos acreditar que militares de carreira, tarimbados em operações de circunstâncias análogas, não tivessem referido que em termos logísticos a operação enfermava de carências que iam refletir-se nos altos custos. Que é o que acontece neste momento em Cabo Verde e que dá corpo à notícia da comunicação social em Portugal.

Vai daí caem em cima dos militares que “estão a passar férias à custa do contribuinte português”, esquecendo os ministros, os governantes, o PR, os políticos nefastos, ignorantes e incompetentes, que ordenaram a missão. E fizeram-no levianamente, não esqueçamos. Fizeram-no por razões políticas e fora de qualquer sentido de oportunidade que não fosse política. E só. Uma vez que em boa verdade os portugueses radicados na Guiné-Bissau não corriam perigo para além do usual naquelas escaramuças criminosas tão comuns em Bissau, mas que nunca afetaram os portugueses em serviço ou radicados naquele país. Porque haveria de ser agora diferente?

Nada na Guiné-Bissau está a acontecer de muito de diferente de outras situações análogas de antes. E que não levaram a tão grandes despesas com militares de Portugal. Desta vez até nem se registam assassinatos e mesmo ação violenta – que seja do nosso conhecimento – foi o ataque a casa do PM Carlos Gomes Júnior, que felizmente nem sequer o gato de estimação da família afetou. Para além dos estragos materiais e do grande susto. Para além da gravidade da interrupção da democracia que os guineenses tentam implementar no país.

E então porque razão devia de ser agora diferente? Porque decidiu o governo esbanjar esta verba astronómica cujas responsabilidades estão, à primeira vista, a cair sobre responsabilidade dos militares. Pergunte-se se tal decisão e esbanjamento não terá a haver com o facto de a consorte do PM ser guineense? Podemos perguntar. Devemos perguntar. Sim ou não, eis a questão. Há “machos” capazes de tudo, e se assim não é… retire-se a observação impertinente. Pergunte-se sobre a insensatez e incompetência que muitos dos ministros deste bando de mentirosos têm revelado. Pergunte-se sobre as suas tendências de arrogância e insensibilidade demonstradas interna e (agora) externamente. Pergunte-se porque estão no governo. Pergunte-se porque foram eleitos pelos portugueses. Pergunte-se porque esses mesmos portugueses ainda há dias foram protagonistas de uma das maiores misérias em cenas canalhas no tão falado dia excepcional de promoções nos supermercados Pingo Doce em 1º de Maio. Pergunte-se em que mixórdia de país sobrevivemos e se na realidade para um povo fruto de mixórdias não se ajustam bem políticos e governantes de trampa. Esses têm o que merecem, o pior é que a maioria dos portugueses têm de "gramar" esta "democracia" saída nas tampas da Farinha Amparo. 

E então? Os rapazes “curtem” no resort Belorizonte em Cabo Verde, na bela miragem da Ilha do Sal, por responsabilidade de quem? Deles, militares? E quem paga a fatura? Ah, esses, os pagantes, são os que foram e vão aos “Pingos Doces”… E também os que não vão nem querem, nem alinham, mas que por arrasto dos mixordeiros medíocres, também têm de pagar a fatura com língua de palmo e meio. Porque não exigem que sejam os da seita de ministros incompetentes, que elegeram, a pagar a fatura? Vá, mostrem ao menos que sabem contar até 21 sem descalçar os sapatos nem ter de tocar no nariz. Lembrem-se sempre que os militares cumprem ordens. Por vezes até as cumprem apesar de saberem que são ordens dadas por cretinos, por bestas, ou movidas por interesses adversos aos interesses nacionais.  Ordenam e os militares acatam. Quando um dia decidirem não o fazer… Olhem, por causa dessa decisão é que aconteceu o 25 de Abril de 1974. Já cá faz falta outro, porque o que se vislumbra são minúsculos Salazares deste século. Alguns até formados nas juventudes partidárias… mas com tiques salazarentos. Reparem em Belém e em São Bento que têm ali os quadros tenebrosos que assim provam.

Os rapazes curtem no resort Belorizonte às ordens do poder político e civil. Qual é o mal?

Não queiram que uma vez mais pague o justo pelo pecador.

- GRANDE INVESTIGAÇÃO, CASO BPN, do DN – destaque no Página Global em Separatas Temporárias (barra lateral) - a publicar BREVEMENTE

*Texto também a publicar em Página Lusófona, blogue do autor.

1 comentário:

Anónimo disse...

QUEM PAGA A FACTURA?

1 ) Num dos meus escritos perguntei se seria o BES, o dinheiro da Líbia retido pelos Europeus, ou o petróleo da SONANGOL que vão pagar a factura.

2 ) Como este governo português não faz esse tipo de perguntas e responde sempre com mais sobrecaras para com o povo português, é justo que agora se saiba a verdade: QUEM PAGA A DESLOCAÇÃO DAS FORÇAS PARA CABO VERDE, UMA VEZ QUE PORTUGAL ESTÁ FALIDO?

3 ) Por outro lado, há que pôr a nu o seguinte: uma operação de resgate de portugueses em Bissau, não implicaria em si a utilização dos meios que foram colocados em Cabo Verde.

4 )Então qual a verdadeira razão da deslocação de duas fragatas, uma corveta, um navio de apoio, do avião de reconhecimento e do avião de transporte? Que tipo de riscos e ameaças estavam previstas? Porquê?

5 ) Com tanto secretismo em relação à deslocação da fragata Bartolomeu Dias, da mais moderna classe ao serviço na Armada Portuguesa, também é caso para perguntar se não se teria deslocado também um dos submarinos "Paulo Portas"!

6 ) A esquadra que se deslocou está normalmente enquadrada na NATO e agora que a expansão da NATO é um tema a quente, é importante ainda verificar se a deslocação foi ou não ao abrigo da NATO e, neste caso, se estava previsto interligação à Marinha de Guerra Francesa que é habitual na costa Ocidental de África!

7 ) Tanto cuidado houve em mostrar o músculo militar, por que razão agora há tanto silêncio em relação à "estadia" (?) de Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior em Abidjan, quando eles têm de se pronunciar onde é o local de sua preferência para ficar enquanto não se repõe a constitucionalidade na Guiné Bissau?!

Martinho Júnior.

Luanda.

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