Jornal de Negócios, com foto
Pacheco Pereira viu humilhação no caso Pingo Doce e critica a campanha que demonstra a necessidade das pessoas. Isto pode ser um rastilho para a conflitualidade. Para o sociólogo o que aconteceu mostra o empobrecimento das pessoas.
Pacheco Pereira, do PSD, foi o mais crítico, dos comentadores da Quadratura do Círculo na SIC Notícias, da campanha do Pingo Doce e do que ela mostrou. “Custa-me fazer isso em relação a uma pessoa que tenho consideração [Alexandre Soares dos Santos], a quem o País muito deve, mas cometeu um erro”. Pacheco Pereira até admite que o Pingo Doce possa não ter previsto todas as consequências, “mas há um saldo negativo quer para o país quer para o Pingo Doce”.
O ex-deputado social-democrata lembra que o país está numa situação peculiar, é como se fosse uma loja de cristal e, por isso, “é preciso cuidado”.
Para o sociólogo, há uma assimetria grande entre quem foi às lojas aproveitar os descontos e quem tomou a decisão de fazer a promoção. Para Pacheco Pereira também não é normal ter sido feita esta acção no dia 1 de Maio. Aliás, o ex-deputado do PSD foi o único a relevar a data em que foi feita a acção. Tanto António Costa, como António Lobo Xavier desvalorizaram a coincidência. Para Pacheco Pereira, não havia necessidade de se ter realizado esta campanha a 1 de Maio.
“Há muita gente que está a sofrer e com muita dificuldade e, não se podendo evitar o sofrimento e a austeridade, há, no entanto, que ter extremo cuidado no tratamento das pessoas, em particular com a sua dignidade”. Para Pacheco Pereira houve, nesta acção, humilhação de algumas pessoas. “Posso atirar um saco de moedas ao ar e as pessoas atiram-se para apanhar. Foi um bocado o que aconteceu. Quem foi lá apanhar as moedas ficou contente, mas sabe que se teve de se pôr no chão. E aí há uma certa humilhação”.
Pacheco Pereiro falava das pessoas que diz ter visto, nas imagens que lhe chegaram, com vergonha de estarem naquelas filas, sujeitas a demoras de horas para serem atendidas, algumas a arrastar os sacos pelo chão. Ainda assim também não descarta a hipótese de ter havido pessoas a acorrerem ao Pingo Doce para revenderem ou noutros casos os pobres que não escondem a sua condição natural. O que chocou Pacheco Pereira foram as pessoas que não sendo pobres estão a empobrecer. “São o retrato fidedigno da nova pobreza”. A campanha demonstra “um princípio absoluto de necessidade” das pessoas que “têm de ser tratadas com muito respeito e cuidado”.
Para o sociólogo, “isto gera mais conflitualidade do que outras situações, não há nada melhor para gerar conflitualidade do que a humilhação das pessoas”.
E aponta também bateriais ao Governo. Hoje o poder “tem uma linguagem muito eufemística em relação ao empobrecimento. Há maneira de fazer diferente. Há muitas maneiras, nomeadamente não enganar as pessoas”.
O ex-deputado social-democrata lembra que o país está numa situação peculiar, é como se fosse uma loja de cristal e, por isso, “é preciso cuidado”.
Para o sociólogo, há uma assimetria grande entre quem foi às lojas aproveitar os descontos e quem tomou a decisão de fazer a promoção. Para Pacheco Pereira também não é normal ter sido feita esta acção no dia 1 de Maio. Aliás, o ex-deputado do PSD foi o único a relevar a data em que foi feita a acção. Tanto António Costa, como António Lobo Xavier desvalorizaram a coincidência. Para Pacheco Pereira, não havia necessidade de se ter realizado esta campanha a 1 de Maio.
“Há muita gente que está a sofrer e com muita dificuldade e, não se podendo evitar o sofrimento e a austeridade, há, no entanto, que ter extremo cuidado no tratamento das pessoas, em particular com a sua dignidade”. Para Pacheco Pereira houve, nesta acção, humilhação de algumas pessoas. “Posso atirar um saco de moedas ao ar e as pessoas atiram-se para apanhar. Foi um bocado o que aconteceu. Quem foi lá apanhar as moedas ficou contente, mas sabe que se teve de se pôr no chão. E aí há uma certa humilhação”.
Pacheco Pereiro falava das pessoas que diz ter visto, nas imagens que lhe chegaram, com vergonha de estarem naquelas filas, sujeitas a demoras de horas para serem atendidas, algumas a arrastar os sacos pelo chão. Ainda assim também não descarta a hipótese de ter havido pessoas a acorrerem ao Pingo Doce para revenderem ou noutros casos os pobres que não escondem a sua condição natural. O que chocou Pacheco Pereira foram as pessoas que não sendo pobres estão a empobrecer. “São o retrato fidedigno da nova pobreza”. A campanha demonstra “um princípio absoluto de necessidade” das pessoas que “têm de ser tratadas com muito respeito e cuidado”.
Para o sociólogo, “isto gera mais conflitualidade do que outras situações, não há nada melhor para gerar conflitualidade do que a humilhação das pessoas”.
E aponta também bateriais ao Governo. Hoje o poder “tem uma linguagem muito eufemística em relação ao empobrecimento. Há maneira de fazer diferente. Há muitas maneiras, nomeadamente não enganar as pessoas”.
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