segunda-feira, 7 de maio de 2012

Portugal: A CORRUPÇÃO





Uma das principais causas do fenómeno da corrupção é o elevado número de níveis de decisão a que está sujeita qualquer proposta que obrigue à intervenção do Estado. Por exemplo, para abrir qualquer negócio são necessárias inúmeras autorizações, um sem-número de pareceres e, como diz o estudo do ISCTE que hoje divulgamos, passar por diversos interlocutores. Em suma, há burocracia a mais. E a burocracia é o melhor aliado da corrupção.

Em Portugal, tal como noutros países onde esta prática abunda - e que é inimiga das democracias -, o grande problema é a falta de transparência das decisões políticas. Nunca sabemos as razões que levam a que se decida por um caminho e não por outro. E, aliada a este défice de transparência, aparece, quase sempre, a diminuta sindicância das decisões e dos processos que a elas conduzem. Assistimos sistematicamente a intenções veementes de que os processos sejam mais claros, mas elas esbarram, quase sempre, na realidade da falta de vontade política para prevenir este fenómeno.

Porém, a verdade é que existe na sociedade portuguesa uma cultura de tolerância face à corrupção, que vai desde a "cunha" como instituição nacional até ao prémio popular que, não poucas vezes, leva a que os cidadãos votem em políticos condenados e lhes atribuam vitórias eleitorais.

Ainda há poucas semanas, o procurador-geral da República se queixou das dificuldades do Ministério Público em recorrer a perícias porque estas custam muito dinheiro. Ora um crime tão complexo como é o da corrupção carece de meios técnicos especializados que permitam uma investigação eficaz e competente, capaz de produzir provas e condenações. Se assim não for, a corrupção continuará a fazer o seu caminho.

Nota Página Global

Como se pode pedir à raposa que proteja o galinheiro se ela é quem devora os galináceos todos? Mais e melhor no vídeo SIC: Vice-presidente da organização Transparência e Integridade acusa o Parlamento de ser fonte de corrupção - como as máfias gozam dos seus estatutos de descarada impunidade e sem-vergonha (PG).

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