Andreia Sanches - Público
O manifesto internacional é vasto e variado. Reivindica desde o "acesso livre e universal à saúde" e à educação, até ao trabalho para todos, passando pelo direito à cultura e a tempos de lazer criativos, pela "tolerância zero com a corrupção económica", ou pelo fim da produção de organismos geneticamente modificados... Termina com a frase: "A rua é nossa a 12 de Maio!"
E é assim que o movimento Primavera Global promete para sábado marchas, concentrações e assembleias populares em cidades de 40 países. Em Portugal, o programa foi apresentado ontem. Estão previstas manifestações em sete cidades, incluindo Lisboa.
A organização quer "ocupar" o Parque Eduardo VII durante quatro dias com grupos de trabalho, debates, música e performances. O desemprego, a precariedade, as questões relacionadas com a soberania alimentar ou o consumo estão em cima da mesa, explica Paulo Raposo, 48 anos, antropólogo, professor universitário e um dos membros da equipa encarregada dos contactos com a comunicação social. "Quem quiser iniciar um debate só tem de ir e inscrever-se."
Na Primavera Global portuguesa ninguém se assume como porta-voz. O movimento envolve muita gente e muitos grupos, continua, como o Movimento 12 de Março, o Movimento pela Auditoria Cidadã à Dívida Pública, a SOS Racismo, organizações de defesa dos direitos das mulheres, entre outros. O próprio manifesto internacional, que foi adaptado em diferentes países, é o resultado de contributos que, ao longo de meses, foram sendo debatidos através da Internet, apanhando a onda provocada pelos movimentos dos Indignados e Occupy de todo o mundo, ou pelos protestos de há um ano, na Porta do Sol, em Madrid - Espanha é, de resto, um dos países mais activos nesta convocatória para quatro dias de Primavera Global, estando a polícia a preparar para sábado um forte dispositivo de segurança para a Porta do Sol.
"Tudo isto acontece um ano depois das primaveras árabes, do 12 de Março [protestos da Geração à Rasca em Portugal]", lembra Raposo. "Houve um apelo internacional à mobilização cívica e pacífica das pessoas nas ruas e o que estamos a tentar fazer é ter uma rede alargada de pessoas que não se reconhecem neste desgoverno global e que têm alternativas."
Ninguém avança quantas pessoas deverão comparecer nas manifestações em Portugal (em Lisboa, o protesto tem início no Rossio e acaba do Parque Eduardo VII). Mas Raposo acredita que há muita gente que "não acredita no actual modelo de democracia", e que acha que "o sistema financeiro e económico global colapsou" e que "não tem de ser a população a suportar todos os sacrifícios". O mote de alguns dos cartazes que circulam na Internet, lembra, é "indignação e mudança".
Em múltiplas páginas do Facebook que têm sido criadas preparam-se as concentrações (também em Braga, Coimbra, Évora, Faro, Porto e Santarém) e debatem-se ideias sobre o que fazer entre os dias 12 e 15 de Maio - algumas páginas têm poucas dezenas de likes, outras mil, 1500, mas não mais do que isso. Há quem sugira que durante quatro dias deve haver um boicote ao pagamento de bilhetes nos transportes públicos, quem lembre que seria interessante uma parceria com as hortas urbanas da cidade para levar sopa grátis a quem estiver a participar e até quem proponha que entre os dias 12 e 15, todos os dias à mesma hora, quem estiver no Parque Eduardo VII deve bater com os pés no chão. Um gesto, justifica-se, para "reavivar a memória da força da união".
A organização quer "ocupar" o Parque Eduardo VII durante quatro dias com grupos de trabalho, debates, música e performances. O desemprego, a precariedade, as questões relacionadas com a soberania alimentar ou o consumo estão em cima da mesa, explica Paulo Raposo, 48 anos, antropólogo, professor universitário e um dos membros da equipa encarregada dos contactos com a comunicação social. "Quem quiser iniciar um debate só tem de ir e inscrever-se."
Na Primavera Global portuguesa ninguém se assume como porta-voz. O movimento envolve muita gente e muitos grupos, continua, como o Movimento 12 de Março, o Movimento pela Auditoria Cidadã à Dívida Pública, a SOS Racismo, organizações de defesa dos direitos das mulheres, entre outros. O próprio manifesto internacional, que foi adaptado em diferentes países, é o resultado de contributos que, ao longo de meses, foram sendo debatidos através da Internet, apanhando a onda provocada pelos movimentos dos Indignados e Occupy de todo o mundo, ou pelos protestos de há um ano, na Porta do Sol, em Madrid - Espanha é, de resto, um dos países mais activos nesta convocatória para quatro dias de Primavera Global, estando a polícia a preparar para sábado um forte dispositivo de segurança para a Porta do Sol.
"Tudo isto acontece um ano depois das primaveras árabes, do 12 de Março [protestos da Geração à Rasca em Portugal]", lembra Raposo. "Houve um apelo internacional à mobilização cívica e pacífica das pessoas nas ruas e o que estamos a tentar fazer é ter uma rede alargada de pessoas que não se reconhecem neste desgoverno global e que têm alternativas."
Ninguém avança quantas pessoas deverão comparecer nas manifestações em Portugal (em Lisboa, o protesto tem início no Rossio e acaba do Parque Eduardo VII). Mas Raposo acredita que há muita gente que "não acredita no actual modelo de democracia", e que acha que "o sistema financeiro e económico global colapsou" e que "não tem de ser a população a suportar todos os sacrifícios". O mote de alguns dos cartazes que circulam na Internet, lembra, é "indignação e mudança".
Em múltiplas páginas do Facebook que têm sido criadas preparam-se as concentrações (também em Braga, Coimbra, Évora, Faro, Porto e Santarém) e debatem-se ideias sobre o que fazer entre os dias 12 e 15 de Maio - algumas páginas têm poucas dezenas de likes, outras mil, 1500, mas não mais do que isso. Há quem sugira que durante quatro dias deve haver um boicote ao pagamento de bilhetes nos transportes públicos, quem lembre que seria interessante uma parceria com as hortas urbanas da cidade para levar sopa grátis a quem estiver a participar e até quem proponha que entre os dias 12 e 15, todos os dias à mesma hora, quem estiver no Parque Eduardo VII deve bater com os pés no chão. Um gesto, justifica-se, para "reavivar a memória da força da união".
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