domingo, 13 de maio de 2012

Qualidade do desenvolvimento urbanístico no país só se vai alcançar "com o tempo"



EMYP - Lusa

Maputo, 13 mai (Lusa) - Um dos mais reconhecidos arquitetos moçambicanos, José Forjaz, considera que a qualidade do desenvolvimento urbanístico em Moçambique só se vai alcançar "com o tempo", avaliando o processo de urbanização que se vive nesta altura no país como "acelerado".

"Acho que estamos a atravessar um período acelerado. Não sei se acelerado de desenvolvimento, com algumas das qualidades que as construções e o urbanismo devem ter. Mas isso vem também com o tempo. Vai-se construindo", disse o arquiteto.

Na quinta-feira, foi apresentado publicamente, em Maputo, o livro ´José Forjaz - a paixão do tangível, uma poética do espaço`, uma publicação da autoria da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM).

Em declarações aos jornalistas, Forjaz avaliou o livro, que contém uma entrevista alargada realizada pelo jornalista António Cabrita e um portfólio do arquiteto, como "uma discussão" que lhe apetecia ter.

"A discussão abrange temas de produção do espaço organizado e dos problemas que se tem como pessoa, e como agente social, quando se ataca essa ordem de problemas", avançou Forjaz.

"É um livro sobre o ensino da arquitetura e em que se tece um olhar panorâmico sobre algumas apostas, dos últimos anos, umas mais erradas, outras mais acertadas dos planos urbanísticos de Moçambique", disse à Agência Lusa António Cabrita.

A obra publicada pela EPM faz parte de uma coletânea que a instituição está a desenvolver, e que pretende retratar a vida e obra de figuras emblemáticas da sociedade moçambicana.

"Este é o segundo livro da coleção ´histórias que tecem a História`. O primeiro foi sobre o trabalho e vida do fotógrafo Kok Nam. O nosso objetivo é dar a conhecer pessoas que tiveram relevo pela sua maneira de estar, pelo seu trabalho, que se envolveram com este país", disse à Agência Lusa Dina Mira, diretora da EPM.

José Forjaz nasceu em Coimbra em 1936, tendo emigrado para Moçambique no início da década de 1950.

Diplomado em arquitetura pela Escola de Belas Artes do Porto, foi diretor da Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.

Entre a s suas obras, conta-se a do memorial a Samora Machel, no local da queda do avião, em Mbuzini, África do Sul.

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