terça-feira, 8 de maio de 2012

Redução de feriados é “regresso ao feudalismo” para “reduzir rendimentos...



... dos trabalhadores”

Público

O secretário-geral da CGTP considerou que a redução dos feriados representa “um regresso ao feudalismo”, que visa apenas “reduzir os rendimentos dos trabalhadores” e não vai trazer “desenvolvimento da economia, nem a competitividade das empresas”.

A República Portuguesa e a Santa Sé chegaram a acordo sobre a redução do número de feriados religiosos.

A partir de 2013, ficam suspensos durante cinco anos os feriados do Corpo de Deus, que se celebra a uma quinta-feira, 60 dias depois da Páscoa, e cuja solenidade é transferida para o domingo seguinte, e o Dia de Todos os Santos, celebrado a 1 de Novembro.

“A nossa posição é contrária ao que acabou de ser anunciado, porque esta é mais uma peça de um ‘puzzle’ mais extenso. Nós estamos a falar da suspensão de quatro feriados [dois religiosos e dois civis] e temos de acrescentar mais três dias de férias que o Governo quer tirar aos trabalhadores”, afirmou o líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses aos jornalistas na Assembleia da República.

Segundo o dirigente sindical, esta medida vai “colocar os trabalhadores a trabalhar sete dias gratuitamente por ano, regressando ao tempo do feudalismo, em que os servos na altura eram obrigados a trabalhar gratuitamente para os seus senhores”.

“Tudo aquilo que é negativo para os trabalhadores está a andar com uma velocidade acelerada como nunca tivemos oportunidade de ver em situações anteriores”, advertiu.

Arménio Carlos apelou aos trabalhadores para que “contestem esta revisão da legislação laboral” e sublinhou que estes “vão ver reduzidos os seus rendimentos, porque trabalhar num feriado tem uma compensação que deixará de ter”.

“O que vamos ter é dinheiro que não entra no bolso dos trabalhadores e vai entrar noutro bolso”, referiu, reforçando que o país “não se vai desenvolver por esta via”.

O líder da CGTP concluiu com a afirmação de que “esta é uma medida que não tem nada a ver com o desenvolvimento da economia, nem com a competitividade das empresas, pelo contrário, é uma medida que vai aprofundar as desigualdades entre os trabalhadores e as entidades patronais”.

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