Campanha de promoções só abrange quem trabalhou no 1º de maio o que configura discriminação, de acordo com o sindicato
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) enviou à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) uma queixa contra a Jerónimo Martins por considerar que existe "discriminação" entre os trabalhadores do Pingo Doce.
Segundo fonte sindical, em causa está o facto de apenas os trabalhadores que estiveram a laborar no 1.º de Maio poderem usufruir da campanha de descontos de 50% em compras acima dos 100 euros, que decorre esta semana para os funcionários da rede de supermercados Pingo Doce.
De acordo com uma circular enviada a 03 de maio aos trabalhadores, o presidente executivo da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, adianta que a empresa vai remunerar em 500% os funcionários que laboraram no Dia do Trabalhador, pelo trabalho "extraordinário" realizado.
Além disso, estes trabalhadores também vão beneficiar do mesmo desconto de 50% sobre faturas em compras acima dos 100 euros durante esta semana, numa ação que termina sexta-feira.
Para o CESP, o facto desta campanha ser apenas dirigida aos que trabalharam no 1.º de Maio constitui "uma discriminação em relação aos trabalhadores que exerceram o direito à greve, estavam de férias ou de descanso" nesse dia, explicou à Lusa o sindicalista Manuel Guerreiro.
Além disso, os trabalhadores do Pingo Doce estavam proibidos de aderir à campanha no Dia do Trabalhador.
Segundo Manuel Guerreiro, uma comunicação da empresa, datada de 27 de abril, anunciava a campanha de descontos realizada no 1.º de Maio e adiantava que para não perturbar a ação os trabalhadores do Pingo Doce estavam inibidos de efetuar compras nessa data.
No entanto, a direção do Pingo Doce adiantava que esta campanha seria alargada aos trabalhadores entre 7 e 11 de maio, "mas não fazia a diferenciação" dos funcionários, acrescentou a mesma fonte.
Questionada pela Lusa, fonte oficial da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce confirmou que "esta vantagem agora dos 50% é para os colaboradores que estiveram a trabalhar no dia 1 de Maio".
A campanha do Pingo Doce levou a uma corrida aos supermercados muito superior ao normal, o que conduziu à rutura de 'stocks' em algumas unidades e levou a alguns desacatos, tendo sido necessária a intervenção da polícia em alguns casos.
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