sexta-feira, 22 de junho de 2012

Abel Chivukuvuku exige que PR defira passagem à reforma de candidato a vice-PR



EL - Lusa

Luanda, 21 jun (Lusa) - O líder da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, exigiu hoje em Luanda que o Presidente José Eduardo dos Santos defira a passagem à reforma do seu candidato a vice-PR nas eleições de 31 de agosto.

O candidato da CASA-CE a vice-PR, almirante André Gaspar Mendes de Carvalho, apresentou no passado dia 05 o pedido de passagem à reforma, e José Eduardo dos Santos, na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), ainda não deferiu aquele pedido.

A exigência foi feita em conferência de imprensa, em que Abel Chivukuvuku, antigo delfim de Jonas Savimbi, acusou o chefe de Estado, que é também líder do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de integrar militares na lista de candidatos.

"Há vários militares que constam da lista de candidatura do partido no poder e, ao que consta, não é sabido que tenham passado à reforma ou reserva", disse Abel Chivukuvuku.

"Desafiamos o Governo e o Comandante-em-Chefe das FAA a apresentar publicamente os documentos legais de passagem à reforma, nos anos em que o fizeram, de todos aqueles que estão hoje nas listas do partido no poder, porque muitos eles foram exercendo até cargos político-partidários", acrescentou.

Para o líder da CASA-CE, e candidato deste partido a Presidente da República, tem que haver igualdade perante a lei.

"A lei tem que servir para todos. Exigimos que o Presidente da República passe à reforma o nosso candidato a vice-PR", vincou Chivukuvuku, que estendeu a exigência ao MPLA, para este partido provar que aqueles militares passaram "efetivamente" à reforma, não admitindo outra alternativa.

"A CASA-CE não considera a hipótese do Presidente não cumprir a lei. Um Presidente que não cumpre a lei não pode ser Presidente da República de Angola", acentuou.

José Eduardo dos Santos "tem que ser uma pessoa de bem, tem que ser um cumpridor escrupuloso da lei", vincou.

Durante a conferência de imprensa, Abel Chivukuvuku apresentou e enumerou os diversos diplomas legais que obrigam a que se respeite o desejo de qualquer militar angolano passar à reforma.

O líder da CASA-CE pronunciou-se ainda acerca da manifestação protagonizada na quarta-feira em Luanda por ex-militares, dispersada pela polícia a tiros para o ar e com recurso a granadas de gás lacrimogénio, reprovando a "resposta violenta" e o "uso desproporcional de meios bélicos" das autoridades contra o que classificou como "iniciativa pacífica".

"Essas atitudes apenas agravam os níveis de frustração e potenciam o transbordar de sentimentos de indignação e rejeição", defendeu.

Abel Chivukuvuku reafirmou, por outro lado, críticas anteriormente formuladas contra o que considera ser a "falta de equilíbrio" da imprensa estatal angolana na cobertura de iniciativas da oposição.

"Os jornalistas não têm culpa. É o regime que impõe as normas e não permite que a voz daqueles que têm opinião diferente possa passar nos órgãos de Comunicação Social do Estado", afirmou.

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