sexta-feira, 1 de junho de 2012

O BOSQUE EM FLOR


Rui Peralta

Os Brasis

Os negócios da China…

China e Brasil são parceiros petrolíferos. A voraz e crescente procura interna chinesa levou a esta parceria lucrativa, que provocou uma expansão das suas empresas no Brasil. Só nos últimos 3 anos a China investiu cerca de 15 mil milhões de USD, na compra de activos de empresas que já operam no Brasil nas áreas de exploração e produção petrolífera no rico subsolo oceânico brasileiro. O investimento chinês é realizado através da China Petrochemical Corporation (Sinopec) e da Sinochem Corporation (Sinochem).

A China pretende aumentar em 60% as suas reservas estratégicas de petróleo, não importando em que parte do mundo se encontrem, A Sinochem começou por comprar, em 2010, 40% (uma operação de 3mil e cem milhões de USD) das acçöes da empresa norueguesa Statoil no campo oceânico Peregrino, em Santos. No mesmo ano a Sinopec investiu 7 mil e cem milhões de USD para adquirir 40% da filial brasileira do consórcio transnacional de origem espanhola, Repsol. Em Março de 2011 a Sinopec adquiriu 30% (operação de 4 mil e 800 milhões de USD) da Petrogal Brasil, braço local da Galp Energia, de Portugal. A Petrogal Brasil tem por objecto actividades de exploração e produção de petróleo. Os capitais chineses associaram-se também á Petrobras, em Pará e Maranhão e ao consórcio franco-britânico Perezco, em Espirito Santo e preparam uma aquisição de acçöes da OGX, uma petrolífera brasileira privada, que já detém parceria com empresas chinesas nos sectores siderúrgicos e mineiro.

A China consome 13 milhões de barris diários, sendo o segundo consumidor (os USA são o primeiro consumidor, entre 18 a 20 milhões de barris dia). A China é também o segundo maior importador de petróleo brasileiro, depois dos USA, aumentando as suas importações de crude do Brasil, de 1,6 milhões de barris dia, em 2001, para 50,6 milhões de barris dia em 2011.

A estratégia chinesa evidenciou-se em 2009, ano em que o China Development Bank acordou com o governo Lula um empréstimo de 10 mil milhões de USD á Petrobras. Em troca esta garantia as exportações de crude á Sinopec, numa fase inicial de 150 mil barris dia e pouco tempo depois em 200 mil barris dia, a preço de mercado.

A China é actualmente o principal sócio comercial do Brasil. Para além dos investimentos no sector petrolífero, realizou também importantes investimentos na soja e no ferro.

…E a solidariedade dos pobres

Neste Brasil, onde o fosso entre ricos e pobres é descomunal, o Movimento dos Sem Terra (MST), consciente de que só uma alteração estrutural poderá erradicar a pobreza, continua a sua luta pela reforma agrária, o primeiro passo profundo de qualquer alteração séria das estruturas sociais, politicas e económicas, no sentido de uma sociedade mais justa. E enquanto a lei da reforma agraria não anda o MST avança com políticas de desenvolvimento alternativo.

Desde a sua fundação, em 1985, o MST reivindica a reforma agrária como primeiro passo para terminar com a concentração da riqueza e da propriedade da terra. Durante décadas a ditadura militar reprimiu qualquer movimentação, por ínfima que fosse, que afectasse os interesses dos latifundiários, senhores das terras (2% dos proprietários de terras detêm 49% da terra). Após a queda da ditadura a reforma agraria continuou sendo assunto tabu. Com a chegada do PT ao governo, as esperanças depositadas pelo MST goraram-se em sucessivos adiamentos. O PT limitou-se a elaborar uma legislação que prevê a reforma agrária, mas o governo não dá um passo nesse sentido. E por um motivo. É que surgiu no horizonte brasileiro uma santa aliança entre os latifundiários e o sector financeiro.

Grandes empresas nacionais e transnacionais, associadas aos grandes latifundiários, criando uma classe de capitalistas da terra, exploram as terras brasileiras e alteram por completo o velho figurino agrário do Brasil. É um sector moderno, industrializado, fortemente capitalizado que aposta principalmente na indústria do etanol e transgénicos. Por isso mantém-se a lei que criminaliza os actos de protesto e as ocupações, desde o tempo da ditadura militar: é um mecanismo que permite criar um clima de “confiança dos agentes do mercado”.

Mas o MST, desde 2000, trabalha na instauração de um sistema alternativo de cooperativas. As relações estabelecidas entre o MST e a Cooperativa Mondragon, nas Terras Bascas, permitiram em 2006 aplicar um projecto cooperativo, em modelo de autogestão e ecologicamente sustentável, na região do Paraná. Actualmente este modelo está a ser aplicado também em Sergipe. Os projectos são centrados na agricultura e na formação e estão em estudo projectos para outros estados do Brasil.

Esta é também uma história de parcerias e de globalização. Não envolve os milhões das parcerias do petróleo e outros recursos entre o Brasil e a China, nem os milhões dos negócios das empresas de exploração de terras, não está de acordo com as regras da globalização capitalista, mas é um forma simples e solidária de colocar os recursos ao serviço do Homem e de beneficiar do elemento mais importante do sentir global: a solidariedade.

Fontes

5 comentários:

Anónimo disse...

Num país sério, os estupradores da lei eleitoral sairiam algemados do SBT

Por Augusto Nunes - Veja Online


A captura do achacador de juízes do Supremo libertou o atropelador da legislação eleitoral. Nesta quinta-feira, com a cumplicidade militante do apresentador do Programa do Ratinho, Lula deixou em casa o chantagista a serviço da quadrilha do mensalão para incorporar num estúdio do SBT, durante 40 minutos, o animador de palanque a serviço de si próprio e de companheiros do PT. O que se viu na tela foi mais que propaganda eleitoral antecipada. Foi um comício ilegal estrelado por um pecador sem remédio nem limites, permanentemente empenhado em desmoralizar as normas que regem eleições no Brasil.

Anónimo disse...

Na primeira parte da afronta transmitida ao vivo, o protagonista do espetáculo do deboche deixou claro que transforma até câncer em instrumento de caça ao voto. O relato da temporada no hospital foi enfeitado por um fundo musical de teatrão, mensagens açucaradas, cenas do filme “Lula, o Filho do Brasil”, depoimentos lacrimosos e reportagens pautadas pela sabujice. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, derramou-se, por exemplo, o ex-jogador Ronaldo. Há poucos anos, o Fenômeno aposentado só achava que “ele bebe pra caramba”.


Num dos vídeos que escancararam o crime premeditado, a locutora caprichou no fecho glorioso, ilustrado por imagens do herói que acabara de nocautear a doença: “Parecia a fênix renascendo das cinzas. O homem está de volta. E com a corda toda”. Ratinho deu-lhe mais corda ainda: por que a saúde não é tão boa?, quis saber o anfitrião da farra eleitoreira. Por culpa da oposição, garantiu Lula sem ficar ruborizado. Se o imposto do cheque não tivesse acabado, mentiu, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS.

Anónimo disse...

Animado com a sintonia da dupla, Ratinho fez a proposta ao vivo: “Vamo montá um programa de entrevistas, Lula? Teve um monte de jornalista que bateu em você, vamo dá o troco neles”. O convidado gostou da ideia. ”Um dia desses vocês vão se surpriendê, que eu vou vir aqui trabalhá com o Ratinho”, ameaçou, olhando para a plateia. Foi a senha para o início da segunda parte do show repulsivo, concebida para resgatar Fernando Haddad do buraco dos 3% nas pesquisas.

“Por que você escolheu o Haddad?”, cochichou Ratinho. Close no ex-ministro da Educação, risonho na fila do gargarejo. “Acho que São Paulo precisa do Haddad”, comunicou o palanque ambulante. Outro close na salvação dos paulistanos. “Vem pra cá, Haddad”, ordenou Ratinho, que retomou o tema que o preocupa enquanto o candidato se ajeitava na poltrona: o que pode fazer um prefeito para melhorar a saúde?

Anónimo disse...

“As coisas que dependem do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que é gerar emprego e distribuição de renda, isso está sendo feito”, declamou Haddad. Na maior cidade brasileira, ensinou, a saúde só não é de primeiro mundo porque o prefeito é do PSD e o governador é do PSDB. O padrinho aparteou o afilhado para jurar que nunca antes neste país houve um ministro da Educação tão competente. Quem construiu uma escola por dia é capaz de inaugurar um hospital por mês já no primeiro ano de governo.

Liquidada a questão municipal, começou a sucessão presidencial. Lula será candidato em 2014?, passou a bola Ratinho. “A única hipótese de eu sê candidato é a Dilma não querê se candidatá, eu não vô deixá que um tucano dirija esse país”, devolveu Lula. “O Zé Serra tá ralado”, chutou Ratinho de bico. Só na prorrogação o apresentador pareceu lembrar que andou lendo alguma coisa sobre Lula e Gilmar Mendes. O que houve mesmo?, perguntou.

“Quem inventou a história que prove a história”, cortou o lobista dos mensaleiros. Ratinho completou de canela: “”Quem gosta de você, gosta de você. Quem não gosta de você, não gosta de você. Quem é indiferente, vai ser indiferente”. Tradução: quem tem chefe não pode deixar de aplaudi-lo mesmo que apareça nu no Parque do Ibirapuera, com uma carabina engatilhada e avisando aos berros que vai liquidar a tiros a herança maldita legada por FHC. Lula, é verdade, não fez isso. Fez coisas piores.

Anónimo disse...

Num país sério, a dupla sairia algemada do SBT por determinação da Justiça eleitoral. Nestes trêfegos trópicos, o ex-presidente continua fazendo impunemente o que quer. A apresentação de Lula e Ratinho começou com todo mundo cantando o hino do Corinthians. Deveria terminar com a chegada de um batalhão da polícia. Como isto é o País do Carnaval, só não terminou com a entrada de um batalhão de mulatas por falha da produção.

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