MSE/FPA - Lusa
Díli, 16 jul (Lusa) - O Presidente da República de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, afirmou hoje que os incidentes registados no domingo foram provocados por partidos com assento parlamentar, mas não especificou quais.
Em conferência de imprensa após ouvir os quatro maiores partidos nas legislativas de 07 de julho - CNRT, Fretilin, Partido Democrático e Frente Mudança -, o chefe de Estado afirmou que os incidentes registados na noite de domingo em Díli não foram provocados por partidos sem sucesso nas eleições, mas por partidos que chegaram ao Parlamento.
Referindo-se aos distúrbios que provocaram um morto, alguns feridos e 58 carros destruídos, Taur Matan Ruak disse tratar-se de acontecimentos "que o Presidente não antecipou" e com os quais está "preocupado".
O Presidente afirmou ainda ter partilhado com os partidos a sua preocupação com os incidentes e pediu aos quatro líderes para contribuírem para uma situação calma e pacífica no país.
"Violência não é o caminho para a democracia. Todos nós condenamos a violência", disse Taur matan Ruak, considerando que "não há nenhuma justificação para utilizar a violência para resolver problemas".
"Há meios democráticos e políticos para seguirmos o nosso caminho", afirmou.
Segundo Taur Matan Ruak, os líderes comprometeram-se a ajudar o Presidente a manter a situação calma no país e a mostrar ao mundo que "Timor-Leste pode seguir para a frente como uma nação".
Na conferência de imprensa, o Presidente da República expressou solidariedade com as vítimas dos incidentes e pediu desculpa aos que se sentiram ofendidos e afetados, salientando que Timor-Leste está a reforçar a sua democracia para seguir em frente.
Pediu ainda às pessoas para porem o passado para trás e caminharem juntas para elevar a imagem da nação e a sua dignidade.
Felicitando os partidos que venceram as eleições e considerando ter-se tratado de um sufrágio transparente e muito cívico, Matan Ruak adiantou que o processo para a formação do novo Governo e a constituição do novo parlamento começa em agosto, já que o mandato do atual governo termina a 8 desse mês.
Nas legislativas de 07 de julho, o Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, angariou 36,68 por cento dos votos, garantindo 30 lugares no Parlamento, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) 29,89 por cento dos votos e 25 lugares, o Partido Democrático (PD) 10,30 por cento e oito lugares e a Frente Reconstrução Nacional de Timor-Leste (Frente Mudança) 3,11 por cento dos votos e dois lugares.
No domingo, os distúrbios ocorreram depois de o partido de Xanana Gusmão ter convidado os dois partidos que elegeram menos deputados para formar governo, rejeitando uma coligação com a Fretilin, o segundo partido mais votado pelos timorenses.
O PD confirmou hoje que aceita integrar a coligação governamental e o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, disse que os distúrbios resultaram de uma atitude irresponsável do CNRT e de alguns dos seus membros" e garantiu que respeitará o resultado das legislativas.
1 comentário:
Caro António Verissimo,
A paz está podre em Dili, algo está a ser preparado, as crianças não vão à escola, os Tiga Roda desapareceram da cidade.
Hoje é o funeral do estudante que foi morto em Hera, algumas versões indicam que o estudante foi baleado pela PNTL.
A Lucrécia não sabe, mas que é esquisito é. Os incidentes foram em Comoro e o estudante morreu em Hera??
Seria bom que a PNTL esclarece-se como o estudante morreu.
Esperemos que hoje no funeral o povo se mantenha sereno.
Beijinhos da Querida Lucrécia
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