quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Angola: CAMPANHA ELEITORAL AO RUBRO COM INTIMIDAÇÕES E “ARRUAÇAS”




MPLA acusa UNITA de estar a preparar "manifestações e arruaças" com ex-militares

09 de Agosto de 2012, 17:44

Luanda, 09 ago (Lusa) - O MPLA, partido no poder em Angola, acusou hoje, em conferência de imprensa em Luanda, a UNITA de estar a preparar para os próximos dias 12 e 28, "manifestações e arruaças" de perturbação da ordem pública.

Essas ações, no caso da data de 28 de agosto, realizar-se-iam a escassos três dias das eleições gerais.

A acusação foi feita pelo secretário para a Informação do Bureau Político do partido no poder em Angola, Rui Falcão.

"Naturalmente vamos seguir esses movimentos, sabendo de antemão que não nos revemos neles, e competirá aos órgãos competentes do Estado agir no estrito respeito pela lei e, se necessário, pela reposição da ordem e tranquilidade pública", frisou.

No período de perguntas e respostas, Rui Falcão acrescentou que a UNITA "tem estado a arregimentar militantes no Andulo, Cunhinga e outras partes do território para a promoção de arruaças e escaramuças, e agressões a militantes do MPLA".

"Temos vindo a denunciar isso há bastante tempo", acrescentou.

Segundo Rui Falcão, esta iniciativa da UNITA está a ser seguida, nos tempos de antena da campanha eleitoral em curso, pela coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) e pelo Partido da Renovação Social (PRS).

"Começa a ser visível esse tipo de comportamento (...) mas como há provas materiais, que são os próprios tempos de antena, vamos remeter as queixas formais para os órgãos competentes do Estado", garantiu.

Relativamente à noticia veiculada na última edição do semanário Novo Jornal quanto à alegação de que o secretário-geral do MPLA, Julião Paulo "Dino Matross", teria recebido dinheiro para facilitar a subida de militantes ao Comité Central do partido, Rui Falcão classificou-a como "calúnia e difamação".

"A direção do partido analisou aquela difamação e vai repor quer por via direta do ofendido, quer se necessário naquilo que possa ter ofendido o partido, recorrer aos órgãos competentes do Estado", disse.

"Os órgãos judiciais servem para isso mesmo", acrescentou.

Segundo o Novo Jornal, "Dino Matross" não vai continuar na Secretaria-Geral do MPLA a seguir às eleições, adiantando que uma decisão nesse sentido já terá sido decidida.

"O que para nós é triste é que se aproveite o momento de campanha eleitoral para difamação, calúnia direta e ofensa à moral e integridade das pessoas. Isso é que é muito triste. Podiam com as provas que dizem ter recorrido aos órgãos competentes e promover o necessário processo", considerou.

"É muito fácil fazerem o que fizeram agora", rematou.

Rui Falcão, que esteve acompanhado na conferência de imprensa pelo secretário do Bureau Político para os Assuntos Políticos e Eleitorais, João Martins "Jú" e pelo mandatário do MPLA nestas eleições, Carlos Alberto Ferreira Pinto, referiu-se ainda ao desafio lançado pelos líderes da UNITA, Isaías Samakuva, para um debate público com o cabeça-de-lista do MPLA, José Eduardo dos Santos.

"Priorizamos o debate com os eleitores. Não vamos discutir com quem não tem ideias, com quem não tem projeto, com quem não tem sentido de estado", respondeu.

Rui Falcão desafiou a oposição a apresentar programas de governo e não, como caraterizou, "meras frases atiradas ao acaso no sentido de persuadir os mais incautos, os mais distraídos".

Além de Samakuva, também o líder da coligação CASA-CE, Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA, desafiou José Eduardo dos Santos para debate público.

Antes do período de perguntas e respostas, Rui Falcão destacou que o MPLA tem feito uma campanha eleitoral "com elevação, urbanidade, civismo e respeito pela diferença".

"Infelizmente não tem sido esse o diapasão de alguns partidos da oposição. É visível nos tempos de antena a recorrente distorção e manipulação de discursos do presidente do MPLA, por vezes na qualidade de Presidente da República, procurando atribuir-lhe práticas e atos que a própria sociedade considera como horrendos e condenáveis", acusou.

O secretário para a Informação do MPLA considerou que tais atos "lesam flagrantemente" o Código Eleitoral, razão pela qual o partido vai apresentar queixas junto da Comissão nacional Eleitoral e Procuradoria Geral da República.

EL.

CNE vai fiscalizar tempos de antena

09 de Agosto de 2012, 19:27

Luanda, 09 ago (Lusa) - A Comissão Eleitoral angolana anunciou hoje em Luanda a criação de um órgão de fiscalização dos tempos de antena dos partidos e coligações concorrentes às eleições do próximo dia 31 para "aferir a qualidade das mensagens".

O anúncio da criação deste órgão foi feito no final da sessão plenária de hoje e justificada pela porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, com o alegado "uso indevido" dos tempos de antena por algumas formações políticas que transmitem mensagens e imagens "que perturbam a tranquilidade social".

Segundo a agência Angop, aquele órgão de fiscalização vai "acompanhar a postura, atuação e divulgação dos programas divulgados, no que diz respeito à sua conformidade com a lei".

Júlia Ferreira disse ainda que os partidos e coligações que violem o Código de Conduta Eleitoral estão sujeitos a sanções, de que realçou a suspensão do espaço de antena, antecedido de uma advertência para corrigir.

O anúncio da CNE foi feito no mesmo dia em que numa conferência de imprensa, o MPLA, no poder desde 1975, acusou alguns partidos de oposição de "distorcerem e manipularem" intervenções do líder do partido, e Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Além daquelas acusações, o MPLA, pela voz do seu secretário para a Informação, Rui Falcão, acusou ainda os partidos UNITA e PRS e a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) de nos respetivos tempos de antena estarem a fomentar "a promoção de arruaças e escaramuças, e agressões a militantes do MPLA".

No caso da UNITA, Rui Falcão acusou designadamente o maior partido da oposição de, além de denúncias anteriores, estar nos seus tempos de antena "a manipular ex-militares" para "manifestações e arruaças" nos próximos dias 12 e 28, neste caso a escassos três dias das eleições gerais.

NME/EL.

*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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