quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cabo Verde: RENOVÁVEL A 100 POR CENTO, PR E GOVERNO BEM NAS DIFERENÇAS

 


Localidades isoladas poderão vir a beneficiar de fornecimento de energia 100 por cento renovável
 
21 de Agosto de 2012, 15:29
 
Cidade do Porto Novo, Cabo Verde, 21 ago (Lusa) - As localidades isoladas de Cabo Verde poderão vir a beneficiar de projetos de energia renovável que garantem a autossuficiência energética, anunciou hoje o Governo.
 
A informação foi avançada pelo ministro do Turismo, Indústria e Energia, Humberto Brito, que afirmou que o Governo cabo-verdiano está a estudar a possibilidade de desenvolver projetos de abastecimento de energia através de fonte renovável em localidades isoladas, à semelhança do projeto desenvolvido pela União Europeia em Monte Trigo (ilha de Santo Antão).
 
"A Central Fotovoltaica de Monte Trigo é um projeto-piloto de grande importância porque marca um ponto de viragem. Com este projeto, provamos ser possível ter uma população abastecida de fonte cem por cento renovável. É um exemplo que queremos replicar em outras localidades, aliás já estamos a levar este projeto para a zona de Vale da Custa, em Santiago", disse.
 
A construção da Central Fotovoltaica de Monte Trigo foi financiada pela União Europeia no valor 1,4 milhões de euros.
 
Monte Trigo, uma aldeia piscatória de 300 habitantes no concelho de Porto Novo, ilha de Santo Antão, é agora a primeira localidade cabo-verdiana abastecida a partir de uma fonte energética 100 por cento renovável.
 
O sistema, inédito em Cabo Verde, garante o fornecimento de energia através da transformação de energia solar em energia elétrica, com capacidade de armazenamento, para assegurar o abastecimento mesmo nos períodos sem disponibilidade de energia solar.
 
A central fotovoltaica de Monte Trigo tem a capacidade para produzir até 200 kWh no período solar, enquanto a demanda na rede é de 100 kWh.
 
Até à data, o fornecimento de energia elétrica na zona era feito através de uma microcentral, equipada com um velho gerador diesel, que funcionava somente cinco horas por dia.
 
O projeto, cuja execução coordenada pela Águas de Ponta Preta, foi implementado ainda em parceria com a Águas do Porto Novo, o Instituto Superior Técnico (Portugal), a Trama Tecno Ambiental (Espanha), Erhtec (Espanha) e a Transenergie (França).
 
O representante da União Europeia em Cabo Verde, Josep Coll, presente no ato inaugural da central elétrica fotovoltaica do Monte Trigo, na segunda-feira, pediu aos habitantes locais para valorizar esse investimento para que o projeto seja um sucesso e contribua para a melhoria da qualidade de vida das famílias beneficiárias.
 
Josep Coll afirmou que o exemplo de Monte Trigo pode e deve ser aproveitado em outros pontos do país, onde existem localidades isoladas, sem condições de serem ligadas à rede elétrica.
 
"A mensagem para o resto do país é que se funciona aqui pode funcionar em outros pontos do país. É um exemplo que deve ser replicado em outros lugares, não só em Cabo Verde, mas em outros países da sub-região africana", disse.
 
A presidente da Câmara do Porto Novo, Rosa Rocha, referiu-se aos elevados custos gastos pela edilidade para manter as micro-centrais elétricas rurais, instaladas em nove localidades, e enalteceu a importância do projeto de Monte Trigo na redução desses custos e na melhoria do serviço prestado aos habitantes locais.
 
A União Europeia também vai financiar a interligação de rede elétrica da zona do Tarrafal (próxima a Monte Trigo) à cidade do Porto Novo, garantindo, dentro de 15 meses, luz elétrica 24 horas por dia.
 
"Trata-se de um projeto que está em linha com a política energética do país, já que irá permitir a centralização da produção e a eliminação das pequenas centrais, que representam gastos enormes para as Câmaras Municipais da ilha", garantiu o governante.
 
O representante da União Europeia em Cabo Verde falou das vantagens projeto para a localidade do Tarrafal, "zona de grande potencial turístico, pesqueiro e agrícola".
 
A ligação que terá uma extensão de 17 quilómetros irá contemplar 500 famílias.
 
CLI.
 
Presidente considera normal diferenças de entendimento com governo
 
21 de Agosto de 2012, 18:34
 
Cidade da Praia, 21 Ago (Lusa) - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje que o relacionamento institucional que manteve com o governo foi "normal", ao longo do seu primeiro ano mandato.
 
Num balanço à agência noticiosa Inforpress, no dia em que completa o primeiro ano na presidência, Jorge Carlos Fonseca referiu que na função de acompanhar e influenciar a ação governativa, é natural que o Presidente tenha, em determinados casos, olhares e análises diferentes das do governo.
 
"Isto significa que é natural, é normal, que o Presidente não esteja sempre em sintonia com o governo e, sobretudo, numa situação que é nova entre nós, em que o Presidente não é da mesma área política do governo, é normal(...) que haja um olhar ou análise" diferentes, sublinhou.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 

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