quarta-feira, 15 de agosto de 2012

… E POR ISSO CHEGOU FIDEL!



Martinho Júnior, Luanda

1 – Era um tempo de chumbo e de trevas o fascismo e o colonialismo em África, era uma afronta a toda a humanidade a existência do regime do “apartheid” na África Austral, foram fontes de destruição, de conflito e de guerra as suas sequelas e por isso muitos homens se bateram contra a injustiça histórica com raízes num passado ainda mais tenebroso…

Por isso as vindas do Comandante Fidel a África foram sempre momentos de identidade e de afirmação: as independências que só o foram com a derrota do colonialismo, as democracias que só o foram por que desapareceu o “apartheid”, os resgates que só tiveram início por que se semeou em tempos de liberdade e solidariedade…

Por isso, inspirando-se, os homens lutam hoje contra a ignorância, o analfabetismo, a doença, contra as injustiças sociais e por tantos outros resgates que há que realizar em nome e benefício da humanidade e equilíbrio do planeta…

Por isso é tão profícua a batalha das ideias…

2 – Os povos devem sempre recordar os líderes das gestas mais decisivas, homens como o Comandante Fidel, Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Samora Machel, Khuame Nkrumah, Thomas Sankara, Oliver Tambo, Sam Nujoma, Nelson Mandela e tantos, tantos outros…

Recordá-los faz parte da vivência, por que foi com os povos que eles se identificaram, é com os povos que líderes dessa envergadura vão forjando o sentido da vida, por que com eles as frágeis nações africanas se erguem e se assumem, assumindo-se também as nações da América, todas as nações do Sul.

Não há emergência sem resgate e no chão fértil das nações do Sul, urge o multiplicar das emergências, por que é essa sementeira que trará maior equilíbrio, solidariedade e sustentabilidade para a “nossa casa comum”!

3 – O 86º aniversário do Comandante Fidel foi assinalado em Luanda com uma exposição fotográfica que testemunha uma saga de mais de 50 anos de simbiose entre África e América que se está saudavelmente a dar continuidade, apesar da voracidade do capitalismo neo liberal da última geração do império.

Ao acto que ocorreu na Biblioteca Nacional, estiveram presentes a Ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz, a Embaixadora de Cuba, Gisela Rivera, membros do corpo diplomático e convidados identificados com a causa da libertação dos povos.

Cada fotografia revela um tema histórico envolvendo o Comandante Fidel: os momentos de acção, os encontros, as visitas, os momentos de reflexão… não houve um minuto a perder ao longo de 86 anos dum homem cuja vida foi tão dedicada aos resgates em prol dos direitos humanos, sobretudo os direitos dos deserdados da Terra, daqueles que sofrendo a opressão, viveram a injustiça histórica e por isso tiveram a inaudita coragem de lutar e de procurarem a dignidade que se lhes havia negado.

Para aqueles que buscam apenas amor e dignidade durante a sua curta passagem pela vida, a existência do Comandante é um exemplo que merece ser evocado e saudado por que algo se conseguiu com coerência e as heranças que ficam para os vindouros são heranças animadas pelo fogo da liberdade, da solidariedade, da emancipação, da justiça, do equilíbrio e do respeito para com a Mãe Terra!

… E por isso chegou Fidel!

Foto: Fidel e Agostinho Neto no encontro em que, tendo-se alcançado a independência de Angola, se dava continuidade à luta comum contra o “apartheid”, contra as sequelas do colonialismo e do “apartheid” e contra o subdesenvolvimento crónico a que o povo angolano tem sido sujeito.

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