Jorge Herbert – Ditadura do Consenso
Nunca é demais lembrar que, em termos gerais, a transição não é nada mais que o processo da passagem de um estado ou forma, para outro estado ou forma. Ora, na Guiné-Bissau, foi forjado um Presidente e um governo, ditos de transição, como forma de saída do impasse legal e politico criado pelo golpe de estado de 12 de Abril de 2012. Este governo e este Presidente deviam servir apenas para conduzir um processo de transição num determinado período de tempo limitado, que permitisse que o poder pudesse ser novamente devolvido ao povo, através do sufrágio popular...
Embora saibamos que não passam de “filhos adotivos dos golpistas, era de esperar que conseguissem manter a máscara de gestores do período de transição, até à conclusão desse processo.
Mas, o que temos assistido, é à máscara da transição a cair gradualmente, enquanto o Presidente e o governo, ditos de transição, mergulham numa tal transe que os faz transitarem cada vez mais em direcção aos objectivos dos golpistas, despindo dessa forma a camuflagem de transicionistas. O nosso saudoso José Carlos Schwartz já dizia que “pó, tudo tarda ki tarda na mar, i ka ta bida lagarto”.
Os “transicionistas em transe”, no alto das suas ignorâncias, arrogâncias, prepotências e amadorismos, sem nunca terem sido mandatados pelo povo, resolveram introduzir à socapa, alterações no judicial do país, colocando dessa forma os objetivos golpistas à frente do respeito a órgãos com alguma independência, que deviam funcionar à margem de interesses políticos ou partidários.
Acho que não é novidade para nenhum guineense que a mudança do Procurador-Geral da República faz parte apenas de uma estratégia que visa o assassinato político de Cadogo Júnior, antes de serem efetivamente forçados a realizar as eleições. Têm consciência que o povo guineense está farto dos golpes de estado que têm servido apenas para a resolução dos problemas dos golpistas e não do povo, por isso, este último golpe de estado de 12 de Abril, também acabou por funcionar como um balão de oxigénio na intenção de votos a favor de Cadogo Júnior.
Tendo consciência disso e sem muitos meios para iludirem o povo, os “transicionistas em transe” resolveram centrar esforços na liquidação política, pela via judicial, daquele que constitui maior ameaça numas eleições que serão forçados brevemente a realizar.
No alto da sua igno-arrogância, o “Presidente transicionista em transe” veio dizer que quer que a Procuradoria-Geral traga todos, sem exceção, à justiça, desde que tenham de prestar contas à justiça. Julgo que qualquer guineense imparcial consegue fazer apenas uma interpretação dessa declaração: “traga-me o Cadogo Júnior à justiça”. Mas, lendo à letra a declaração de Serifo Nhamadjo, gostaria de lhe relançar umas perguntas:
1. O “Presidente transicionista em transe” quer que a Procuradoria comece a trabalhar de frente para trás ou de trás para frente? Explico: A procuradoria deve começar a trabalhar nos crimes cometidos desde 1974, até 12 de Abril de 2012, ou deve começar a trabalhar de 12 de Abril de 2012 a 1974?
2. O “Presidente transicionista em transe” esquece-se que o cargo que hoje ocupa nasceu de uma sequência de atos criminosos? O “Presidente transicionista em transe” esqueceu-se que a alteração da ordem constitucional é um crime público? Esqueceu-se que a violação de residências privadas e usurpação dos bens alheios também são atos punidos pela justiça? Esqueceu-se que a usurpação da liberdade, espancamento e violação de civis também constituem crimes públicos?
3. Que morais têm um Presidente e um governo nascidos de progenitores criminosos para virem apelar que seja feita justiça sobre outros atos criminosos decorridos no país?
4. Que providências tomaram até hoje esses “filhos adotivos de criminosos”, para chamarem à responsabilidade todos aqueles que intentaram contra os direitos individuais e a integridade física de um jornalista e de uma cantora?
5. Que providências tomaram para apurar responsabilidades sobre o assalto e roubo de três cofres com os respetivos conteúdos, na empresa Petromar?
É bom que o povo se mantenha atento, para não se deixar envolver nessa transe em que se encontram os transicionistas. Um dia vão voltar a poder depositar nas urnas o vosso veredito e aí convém não terem memória curta para conseguirem julgar com isenção.
Ainda bem que os familiares de Roberto Cachéu já começaram a perceber que poderão estar apenas a ser usados, como armas de arremesso, contra Cadogo Júnior. Por respeito ao desaparecido nunca devem permitir nem tão pouco pactuar com isso…
Embora saibamos que não passam de “filhos adotivos dos golpistas, era de esperar que conseguissem manter a máscara de gestores do período de transição, até à conclusão desse processo.
Mas, o que temos assistido, é à máscara da transição a cair gradualmente, enquanto o Presidente e o governo, ditos de transição, mergulham numa tal transe que os faz transitarem cada vez mais em direcção aos objectivos dos golpistas, despindo dessa forma a camuflagem de transicionistas. O nosso saudoso José Carlos Schwartz já dizia que “pó, tudo tarda ki tarda na mar, i ka ta bida lagarto”.
Os “transicionistas em transe”, no alto das suas ignorâncias, arrogâncias, prepotências e amadorismos, sem nunca terem sido mandatados pelo povo, resolveram introduzir à socapa, alterações no judicial do país, colocando dessa forma os objetivos golpistas à frente do respeito a órgãos com alguma independência, que deviam funcionar à margem de interesses políticos ou partidários.
Acho que não é novidade para nenhum guineense que a mudança do Procurador-Geral da República faz parte apenas de uma estratégia que visa o assassinato político de Cadogo Júnior, antes de serem efetivamente forçados a realizar as eleições. Têm consciência que o povo guineense está farto dos golpes de estado que têm servido apenas para a resolução dos problemas dos golpistas e não do povo, por isso, este último golpe de estado de 12 de Abril, também acabou por funcionar como um balão de oxigénio na intenção de votos a favor de Cadogo Júnior.
Tendo consciência disso e sem muitos meios para iludirem o povo, os “transicionistas em transe” resolveram centrar esforços na liquidação política, pela via judicial, daquele que constitui maior ameaça numas eleições que serão forçados brevemente a realizar.
No alto da sua igno-arrogância, o “Presidente transicionista em transe” veio dizer que quer que a Procuradoria-Geral traga todos, sem exceção, à justiça, desde que tenham de prestar contas à justiça. Julgo que qualquer guineense imparcial consegue fazer apenas uma interpretação dessa declaração: “traga-me o Cadogo Júnior à justiça”. Mas, lendo à letra a declaração de Serifo Nhamadjo, gostaria de lhe relançar umas perguntas:
1. O “Presidente transicionista em transe” quer que a Procuradoria comece a trabalhar de frente para trás ou de trás para frente? Explico: A procuradoria deve começar a trabalhar nos crimes cometidos desde 1974, até 12 de Abril de 2012, ou deve começar a trabalhar de 12 de Abril de 2012 a 1974?
2. O “Presidente transicionista em transe” esquece-se que o cargo que hoje ocupa nasceu de uma sequência de atos criminosos? O “Presidente transicionista em transe” esqueceu-se que a alteração da ordem constitucional é um crime público? Esqueceu-se que a violação de residências privadas e usurpação dos bens alheios também são atos punidos pela justiça? Esqueceu-se que a usurpação da liberdade, espancamento e violação de civis também constituem crimes públicos?
3. Que morais têm um Presidente e um governo nascidos de progenitores criminosos para virem apelar que seja feita justiça sobre outros atos criminosos decorridos no país?
4. Que providências tomaram até hoje esses “filhos adotivos de criminosos”, para chamarem à responsabilidade todos aqueles que intentaram contra os direitos individuais e a integridade física de um jornalista e de uma cantora?
5. Que providências tomaram para apurar responsabilidades sobre o assalto e roubo de três cofres com os respetivos conteúdos, na empresa Petromar?
É bom que o povo se mantenha atento, para não se deixar envolver nessa transe em que se encontram os transicionistas. Um dia vão voltar a poder depositar nas urnas o vosso veredito e aí convém não terem memória curta para conseguirem julgar com isenção.
Ainda bem que os familiares de Roberto Cachéu já começaram a perceber que poderão estar apenas a ser usados, como armas de arremesso, contra Cadogo Júnior. Por respeito ao desaparecido nunca devem permitir nem tão pouco pactuar com isso…
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