sexta-feira, 17 de agosto de 2012

HAGUE GARANTE QUE REINO UNIDO NÃO PERMITIRÁ PARTIDA DE ASSANGE



EO - Lusa

Londres, 16 ago (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, disse hoje que o Reino Unido não vai deixar Julian Assange sair livremente do país.

As declarações do chefe da diplomacia britânica surgem depois de o Equador ter anunciado que concede asilo político a Assange, refugiado há dois meses na embaixada equatoriana em Londres, para evitar a extradição para a Suécia.

Hague disse que as autoridades britânicas não vão dar um salvo-conduto a Assange para sair do país "porque não há base legal para o fazer".
O ministro afirmou que Assange é acusado na Suécia de "crimes sexuais graves" e que a sua extradição para este país nada tem a ver com o trabalho do "site" WikiLeaks ou com o desejo das autoridades norte-americanas de o ver responder pela divulgação de documentos diplomáticos secretos.

"A imunidade existe para permitir que as embaixadas façam adequadamente as funções diplomáticas e não para dar refúgio a alegados delinquentes ou para impedir um processo legal num país", afirmou o chefe da diplomacia britânica em conferência de imprensa.
Hague indicou, no entanto, que não há risco de o Reino Unido "assaltar" a embaixada do Equador pois a utilização da lei de 1987 que permite levantar a imunidade de uma embaixada em solo britânico teria de ser sustentada pelas leis internacionais.

"Isto é uma complicação para o Equador e para Assange e é estranho que uma embaixada se coloque nesta posição", apontou.

O ministro acrescentou que "não há limite de tempo" para resolver o problema e admitiu que essa resolução pode levar "bastante tempo".

Assange, cidadão australiano, pretende evitar a extradição argumentando que a Suécia pode entregá-lo aos Estados Unidos.

Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, afirmou que os Estados Unidos não estão envolvidos no diferendo que opõe o Reino Unido e o Equador sobre o destino de Assange.

Questionada sobre eventuais pressões norte-americanas sobre o Reino Unido a porta-voz afirmou não dispor de qualquer informação que o indique.

A União Europeia (UE) também afirmou que não conta intervir no diferendo entre Londres e Quito.

"Trata-se de uma questão bilateral entre o Reino Unido e o Equador. Contudo, a delegação da UE em Quito segue de perto este assunto em contacto com a embaixada do Reino Unido", disse uma porta-voz de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.

"Esperamos que o problema seja resolvido pelo diálogo e em conformidade com o direito internacional", acrescentou.

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