Cerca de 10 mil pessoas participaram da marcha dos movimentos sociais do campo, em Brasília. Uma comitiva de mulheres representando as 13 organizações que gestaram o encontro foi recebida pelo ministro da secretária geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Segundo Alexandre Conceição, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no momento não há o que negociar com o governo, apenas informá-lo sobre o que estão pensando as organizações que estão iniciando um processo de aproximação.
Vinicius Mansur – Carta Maior
Brasília - Com cerca de 10 mil pessoas percorrendo a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, os movimentos sociais do campo terminaram o seu Encontro Unitário. A marcha terminou em frente ao Congresso Nacional, mas antes os militantes passaram pelo Palácio do Planalto, armaram barracos de lona na Praça dos Três Poderes e estenderam faixas cobrando a reforma agrária da presidenta Dilma Rousseff.
Uma comitiva de mulheres representando as 13 organizações que gestaram o encontro foi recebida pelo ministro da secretária geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Entretanto, não houve qualquer negociação, apenas a entrega da declaração final do encontro. Não houve qualquer negociação.
Segundo Alexandre Conceição, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no momento não há o que negociar com o governo, apenas informá-lo sobre o que estão pensando as organizações que estão iniciando um processo de aproximação. “Essa unidade se dá em cima da construção de um projeto popular e da necessidade da reforma agrária, que está parada no governo. Teremos um calendário para a construção dessa unidade e a ideia é ter agora seminários estaduais de todos esses movimentos”, disse.
O dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Willian Clementino, afirmou que a marcha serve para dizer ao governo não duvidar da capacidade dos trabalhadores. Carmem Foro, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o dia de hoje é marcante para o futuro da luta no campo. “Não viremos mais para Brasília isolados”, alertou. Ela ainda apontou que a CUT se empenhará em construir a aliança “operária e camponesa” e chamou atenção para importância da construção da unidade nos territórios, municípios e estados.
A declaração final do Encontro Unitário aponta que esta nova articulação busca responder ao “projeto de remontagem da modernização conservadora da agricultura, iniciada pelos militares, interrompida nos anos noventa e retomada como projeto de expansão primária para o setor externo nos últimos doze anos, sob a denominação de agronegócio, que se configura como nosso inimigo comum”. De acordo com o texto este projeto produz “desigualdades nas relações fundiárias e sociais no meio rural, aprofunda a dependência externa e realiza uma exploração ultrapredatória da natureza” e tem como protagonistas “o capital financeiro, as grandes cadeias de produção e comercialização de commodities de escala mundial, o latifúndio e o Estado brasileiro nas suas funções financiadora – inclusive destinando recursos públicos para grandes projetos e obras de infraestrutura – e (des)reguladora da terra”.
A insatisfação dos movimentos sociais do meio rural com o governo Dilma é grande. Eles afirmam que em seus dois anos de mandato não houve nenhum decreto para desapropriação de terras para a reforma agrária. Os movimentos indígena e quilombola também elencam uma longa lista de violações de seus direitos por parte do Estado. Por outro lado, a senadora e principal representante do agronegócio, Kátia Abreu (PSD-TO), foi recebidas inúmeras vezes por Rousseff, dando margem, inclusive, para especularem o nome da ruralista para comandar o Ministério da Agricultura em 2013.
Além da Contag e do MST, fazem parte desta articulação de movimentos do campo a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), a Cáritas Brasileira, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), 0 Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento Camponês Popular (MCP), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).
Uma comitiva de mulheres representando as 13 organizações que gestaram o encontro foi recebida pelo ministro da secretária geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Entretanto, não houve qualquer negociação, apenas a entrega da declaração final do encontro. Não houve qualquer negociação.
Segundo Alexandre Conceição, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no momento não há o que negociar com o governo, apenas informá-lo sobre o que estão pensando as organizações que estão iniciando um processo de aproximação. “Essa unidade se dá em cima da construção de um projeto popular e da necessidade da reforma agrária, que está parada no governo. Teremos um calendário para a construção dessa unidade e a ideia é ter agora seminários estaduais de todos esses movimentos”, disse.
O dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Willian Clementino, afirmou que a marcha serve para dizer ao governo não duvidar da capacidade dos trabalhadores. Carmem Foro, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o dia de hoje é marcante para o futuro da luta no campo. “Não viremos mais para Brasília isolados”, alertou. Ela ainda apontou que a CUT se empenhará em construir a aliança “operária e camponesa” e chamou atenção para importância da construção da unidade nos territórios, municípios e estados.
A declaração final do Encontro Unitário aponta que esta nova articulação busca responder ao “projeto de remontagem da modernização conservadora da agricultura, iniciada pelos militares, interrompida nos anos noventa e retomada como projeto de expansão primária para o setor externo nos últimos doze anos, sob a denominação de agronegócio, que se configura como nosso inimigo comum”. De acordo com o texto este projeto produz “desigualdades nas relações fundiárias e sociais no meio rural, aprofunda a dependência externa e realiza uma exploração ultrapredatória da natureza” e tem como protagonistas “o capital financeiro, as grandes cadeias de produção e comercialização de commodities de escala mundial, o latifúndio e o Estado brasileiro nas suas funções financiadora – inclusive destinando recursos públicos para grandes projetos e obras de infraestrutura – e (des)reguladora da terra”.
A insatisfação dos movimentos sociais do meio rural com o governo Dilma é grande. Eles afirmam que em seus dois anos de mandato não houve nenhum decreto para desapropriação de terras para a reforma agrária. Os movimentos indígena e quilombola também elencam uma longa lista de violações de seus direitos por parte do Estado. Por outro lado, a senadora e principal representante do agronegócio, Kátia Abreu (PSD-TO), foi recebidas inúmeras vezes por Rousseff, dando margem, inclusive, para especularem o nome da ruralista para comandar o Ministério da Agricultura em 2013.
Além da Contag e do MST, fazem parte desta articulação de movimentos do campo a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), a Cáritas Brasileira, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), 0 Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento Camponês Popular (MCP), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).
Fotos: Antonio Cruz/ABr
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