Reduzido número de pessoas com apoio alimentar devido a seca extrema
08 de Agosto de 2012, 10:19
Chimoio, Moçambique, 08 ago (Lusa) - Moçambique reduziu para cerca de 300 mil o número de pessoas que têm que ser alimentadas ciclicamente, por viverem em zonas de seca extrema, com a introdução de diversas tecnologias nas regiões áridas e semiáridas.
Falando, hoje, à Lusa, João Ribeiro, diretor geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse que a falta de chuva e as condições climatéricas das regiões afetadas colocam a população numa situação de fome aguda, o que força o Governo a dar apoio com mantimentos, de forma cíclica.
"Neste momento assistimos uma média de 300 mil pessoas. Vínhamos com 1,2 milhões de pessoas que ciclicamente tínhamos que alimentar, mas introduzimos programas no sentido de ver que ações de rendimento as comunidades das zonas áridas podiam realizar para minimizar a situação", explicou João Ribeiro.
Desde de 2006, disse, o INGC tem vindo a introduzir tecnologias apropriadas para comunidades que vivem nas zonas áridas e semiáridas, para diminuir o sofrimento da população, que geralmente vive com uma escassez acentuada de água e comida.
As tecnologias, de baixo custo, incluem a construção de cisternas e caleiras, para o depósito e conserva de água, para irrigação e/ou consumo, a agricultura de conservação, que evita evaporação da pouca água no solo, e artesanato para a gerar rendimento nas comunidades.
"Estamos a potenciar o que existe nas zonas áridas, como frutos silvestres para fabrico de compotas e licores e, mesmo, para alimentos. Estamos a domesticar espécies nativas (nutritivas), que podem ser usadas durante o período sem seca, e com valor comercial", indicou João Ribeiro.
A iniciativa está a ser implementada nas regiões sul, nos distritos de Massangena e Chigubo (Gaza), Mabote e Funhalouro (Inhambane) e centro, nos distritos de Machaze (Manica) e Mutarara (Tete). O projeto deverá ser expandido para mais zonas afetadas.
AYAC.
Secretárias preocupadas com assédio sexual nos locais de trabalho
08 de Agosto de 2012, 11:13
Chimoio, Moçambique, 08 ago (Lusa) - A presidente da Associação das Secretárias moçambicanas manifestou hoje uma "profunda preocupação" com o índice de assédio, sobretudo sexual, protagonizado pelos dirigentes nas suas instituições de trabalho, e a ocultação dos casos pelas vítimas.
Em declarações à Lusa, Julita Juma, presidente da Associação das Secretárias e Secretários de Moçambique (Assemo), disse, em Chimoio, centro de Moçambique, que muitas vítimas se recusam a reportar os casos à organização, receando a retaliação dos seus protagonistas, geralmente seus superiores hierárquicos.
"A secretária tem de ser capaz de mostrar o que ela é, e o que vale. Sempre que há casos de assédio, geralmente reportados pela imprensa, nós tentamos aproximarmo-nos da vítima, mas muitas se fecham" precisou Julita Juma.
"A secretária, como mulher, tem sido conotada como sempre estar ao dispor dos chefes, mas o nosso desafio é mostrar à sociedade que não é isso", disse a responsável, apelando aos membros da organização para serem mais ativos na participação de casos.
Desde a sua criação, em 1994, a Assemo tem vindo a trabalhar em defesa das secretárias e secretários, nomeadamente na conduta ética, deontologia profissional, sigilo, além de os informar sobre a legislação da função pública, para responder às exigências dos seus gabinetes.
A organização reuniu mais de 400 secretárias e secretários no distrito de Gondola, centro de Moçambique, numa conferência nacional, para discutir sobre a "era de globalização" vincando a necessidade da valorização da carreira e profissão.
"Temos o desafio de ser proativos. Vemos uma valorização das secretárias a nível provincial, mas a nível dos distritos encontramos secretárias que ainda não sabem o que é um computador" concluiu Juma.
AYAC.
Economia cresceu 7,3 por cento no primeiro semestre - Governo
08 de Agosto de 2012, 11:33
Maputo, 08 ago (Lusa) - A economia moçambicana cresceu 7,3 por cento no primeiro semestre deste ano, o que a coloca a 1,2 pontos percentuais da previsão anual, que é de 8,5 por cento, disse o ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique.
Falando na terça-feira, no final da sessão do Conselho de Ministros, Aiuba Cuereneia disse que o Estado moçambicano arrecadou em receitas 1,6 mil milhões de dólares, o que representa 45,6 por cento da meta anual calculada em 3,4 mil milhões de dólares.
"Os indicadores do desempenho da economia ao longo do primeiro semestre deste ano são bastante encorajadores. A produção global registou crescimento de 7,3 por cento, a inflação média está no bom caminho. Até junho tínhamos alcançado um nível de 6,18 por cento, contra a meta anual de 7,2 por cento", disse o ministro.
O crescimento económico nos primeiros seis meses do ano leva o executivo moçambicano a manifestar otimismo em relação às metas previstas e à manutenção do "bom desempenho" da economia em 2012.
Segundo o responsável pelo pelouro da Planificação e Desenvolvimento, este resultado deveu-se ao desempenho dos setores de construção, indústria extrativa, transportes e comunicações, agricultura e indústria de manufaturação.
O setor de construção contribuiu para o crescimento da produção global, na sequência do volume de investimentos na edificação e reabilitação de infraestruturas públicas e privadas, acrescentou o governante, citando dados do Balanço do Plano Económico e Social (PES) referente ao primeiro semestre, analisado e aprovado pelo Conselho de Ministros.
A indústria extrativa também teve um grande impacto na economia resultado da contribuição das areias pesadas de Moma e do início da produção de carvão mineral em Moatize e Benga, empreendimentos localizados na província de Tete, que são explorados pelas mineradoras brasileira Vale e anglo-australiana Rio Tinto, apontou Aiuba Cuereneia.
"Com estes dados, prevemos que podemos alcançar os indicadores e as metas planificados para este ano. As perspetivas de crescimento da nossa economia são boas e isso significa também que os fatores externos existentes e que afetam a nossa economia estão a ser bem combatidas, sobretudo no que refere à crise da Zona Euro", sublinhou.
O balanço do PES deverá ser submetido à Assembleia da República, até 15 de agosto, para ser debatido e aprovado na próxima sessão, que começa em outubro.
MMT.
"Dezenas de moçambicanos mortos" no Kruger Park por caça ilegal de rinocerontes -Jornal
08 de Agosto de 2012, 16:37
Maputo, 08 ago (Lusa) - Dezenas de moçambicanos foram alvejados mortalmente desde novembro no Kruger Park, na África do Sul, por caça ilegal de rinocerontes, notícia hoje o jornal O País, de Maputo, que descreve que se vive "um cenário de guerra" naquela área.
"Há relatos de dezenas de moçambicanos mortos, de novembro passado a julho deste ano" no interior do Kruger Park, escreve a publicação em reportagem intitulada "Negócio de luxo" de caça de rinocerontes para extração do corno.
O País identifica quatro mortos, um dos quais agente da Guarda Fronteira, e refere que uma arma, Mauser 375, usada pelos caçadores furtivos "foi retirada três vezes do comando distrital" da Polícia da República de Moçambique, "num espaço de três anos".
De acordo com jornal, desde 2007, mais de mil rinocerontes foram abatidos por grupos armados, que integram moçambicanos, um "negócio que, aliás, envolve membros da Polícia da República de Moçambique, da Guarda Fronteiras e figuras ligadas ao tráfico de viaturas".
"A procuradoria distrital de Massingir está, neste momento, com vários processos-crime que envolvem agentes da guarda fronteira e civis envolvidos na caça furtiva, incluindo altas patentes da polícia. Todas as ações são planeadas a partir do Chokwé, Chibuto e Maputo", denuncia o diário, assinalando que "na verdade, o que se vive no Kruger Park é um cenário de guerra".
O Parque Nacional Kruger, a maior área de conservação de fauna bravia da África do Sul, cobrindo cerca de 20 mil quilómetros quadrados, foi alargado para o interior de Moçambique com a criação de um parque transfronteiriço que inclui a reserva do Limpopo.
MMT.
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