quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: A UEMOA E A SAÍDA DA CRISE, SAÚDE EM GREVE POR SALÁRIOS

 


Parlamentares de organização económica regional discutem saída para crise
 
06 de Setembro de 2012, 15:28
 
Bissau, 06 set (Lusa) - Uma delegação do Comité Interparlamentar da UEMOA, União Económica e Monetária Oeste Africana, debateu hoje no Parlamento da Guiné-Bissau soluções para a crise no país e promete deixar propostas no final da visita.
 
Dama Dramani, presidente do Comité Interparlamentar da UEMOA, reuniu-se cerca de duas horas com o presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular, Ibraima Sory Djaló, para ver como pode contribuir "para encontrar uma solução para sair da crise".
 
A Assembleia Nacional Popular, o parlamento guineense, está paralisada por falta de consenso entre os dois principais partidos. O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril e principal partido no parlamento, exige a eleição de um novo vice-presidente para a mesa do hemiciclo, situação que o PRS (Partido da Renovação Social), que lidera a oposição, rejeita.
 
Lembrando que a Assembleia é a "instituição chave numa República", Dama Dramani disse que a delegação que chefiou discutiu com os parlamentares guineenses formas de contribuição do Comité Interparlamentar para "sair da crise".
 
"No final da visita faremos um comunicado com as nossas propostas", prometeu Dama Dramani, acrescentando que os parlamentares guineenses "têm consciência da sua responsabilidade e de que têm um papel na saída da crise", e "estão prontos para isso".
 
Ibraima Sory Djaló disse também aos jornalistas que os partidos "estão quase a chegar a uma conclusão". "Vamos convocar os deputados, estamos à procura de entendimentos para que a Assembleia possa encontrar a melhor solução para o país", disse.
 
A delegação tem encontros ainda com os dirigentes de transição, Governo e Presidência, e com partidos políticos. A visita termina na sexta-feira.
 
FP.
 
Setor da saúde de novo em greve por salários em atraso
 
06 de Setembro de 2012, 15:37
 
Bissau, 06 set (Lusa) - O setor da saúde pública da Guiné-Bissau voltou hoje à greve, praticamente um mês depois da última paralisação motivada também por salários em atraso e pagamento de um conjunto de subsídios.
 
Segundo Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS), a greve foi convocada pelo seu sindicato e pelo Sindicato dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA) para durar sete dias, a partir de hoje.
 
"Já não podemos dar mais benefício de dúvida ao Governo, porque comprometeu-se connosco e levantámos a greve do mês de agosto mas na realidade o Governo está em falta no seu compromisso", declarou Sami, ao justificar a razão da paralisação laboral.
 
No passado mês de agosto, os dois sindicatos haviam convocado uma greve de 11 dias, mas volvidos quatro dias da paralisação levantaram-na mediante o compromisso do Governo de transição em como as reivindicações dos sindicatos seriam atendidas num calendário acordado entre as duas partes.
 
Os dois sindicatos reclamam o pagamento total de uma dívida de 349 milhões de francos CFA (532 mil euros), acumulados com salários em atraso, subsídios de vela e de isolamento (técnicos colocados em localidades recônditas do país) bem como o pagamento do pessoal contratado para prestar assistência nos hospitais e centros de saúde.
 
A greve também se destina a protestar pelo não pagamento de vencimentos aos técnicos da saúde de acordo com novas letras fixadas no reajuste recentemente efetuado no Orçamento Geral do Estado.
 
Para Domingos Sami, as greves sucedem-se no setor da saúde porque o Governo "não tem vontade de honrar os compromissos" que assume com os sindicatos.
 
"Falta vontade ao Governo para pagar as dívidas. O secretário de Estado do Tesouro e Orçamento, Gino Mendes, assumiu o compromisso de que ia pagar as dívidas em três tranches. Na verdade pagou duas tranches e falta pagar a última tranche. Agora ele está em falta porque o prazo que deu já passou" observou o sindicalista.
 
O sindicato nacional dos professores (Sinaprof) também ameaça decretar uma greve geral a partir da próxima semana, igualmente para reclamar o pagamento de salários e subsídios diversos aos docentes.
 
MB.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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