quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Timor-Leste: XANANA (RE)ANUNCIA O QUE NÃO CUMPRIU NO GOVERNO ANTERIOR

 


Fortalecer o Estado e criar "bases sólidas de desenvolvimento" são prioridades de PM Xanana
 
12 de Setembro de 2012, 12:04
 
Díli, 12 set (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, assumiu hoje como prioridades do seu segundo mandato o "fortalecimento do Estado" e a criação de "bases sólidas de desenvolvimento" que permitam criar oportunidades para todos os timorenses.
 
"Conduzir o país para um maior fortalecimento do Estado e rumo a bases sólidas de desenvolvimento nacional, são os principais objetivos da nossa governação", disse Xanana Gusmão, durante a apresentação, no parlamento, do programa de Governo para os próximos cinco anos.
 
"Temos objetivos e metas concretas para transformar Timor-Leste num país com rendimentos médios-altos, criando oportunidades para todos de forma justa e inclusiva, permitindo assim o crescimento de uma economia dinâmica e criadora de emprego", prosseguiu.
 
O líder do Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), que irá governar em coligação com o Partido Democrático, de Fernando Lassama, e a Frente Mudança, adiantou que a governação terá como base o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030.
 
"O alívio da pobreza extrema e o sucesso do nosso país dependem, neste momento, da nossa capacidade de implementar o plano traçado para o desenvolvimento nacional", disse.
 
O setor petrolífero, a agricultura e o turismo serão os pilares da "economia moderna e diversificada" que Xanana Gusmão quer construir em Timor-Leste.
 
"A par da capacitação da Companhia Nacional Petrolífera -- Timor GAP, iremos garantir que as receitas petrolíferas continuam a ser totalmente transparentes e a usadas para o desenvolvimento económico e social do país; que o setor se desenvolva com a participação máxima de cidadãos e empresas timorenses e que os recursos humanos necessários para explorar este setor sejam melhorados e desenvolvidos", disse.
 
O chefe do Governo garantiu que a costa sul será desenvolvida com infraestruturas adequadas que apoiem a expansão da indústria petrolífera, adiantando que o projeto Tasi-Mane tem como objetivo o desenvolvimento de três aglomerados industriais: a base de fornecimentos no Suai, a refinaria e indústria petroquímica em Betano e a instalação de gás natural liquefeito em Beaço.
 
Na agricultura, a aposta passa por substituir a agricultura de subsistência por uma agricultura comercial "que garanta, a médio-prazo, a autossuficiência em termos alimentares", através da melhoria das práticas agrícolas, da reabilitação de sistemas de irrigação e do alargamento do abastecimento de água, nomeadamente através de barragens.
 
O aumento das qualificações dos agricultores, a construção de Centros de Serviços Agrícolas nos distritos, a melhoria do Plano Integrado de Criação de Animais, incluindo a vacinação gratuita, o desenvolvimento da pesca, aquacultura e silvicultura são outras apostas do executivo, que implementará um Plano de Gestão Florestal que promova a reflorestação e a gestão sustentável de terrenos.
 
"Esta política inclui o estudo sobre o uso de madeiras locais, incluindo a comercialização do bambu, o desenvolvimento de viveiros nas comunidades e, a partir de 2015, iniciar-se o programa nacional de plantação de 1 milhão de árvores em cada ano", adiantou Xanana.
 
No turismo, o investimento passa pela formação profissional e reabilitação de espaços e equipamentos necessários e a promoção de atividades de atração turística.
 
A estratégia programada para o desenvolvimento do turismo abrange as praias e paisagens de montanha da zona oriental, com a valorização do Parque Nacional Nino Konis Santana e do Monte Matebian, a aposta na promoção da ilha de Ataúro e da região de Maubisse e a exploração das praias e locais históricos de Balibo, das termas de Marobo e das terras de café em Ermera, "onde se pretende desenvolver hotelaria e turismo ecológico".
 
"Através do crescimento da agricultura, indústria petrolífera e turismo, e com a implementação do programa de infraestruturas, o Governo irá criar postos de trabalho direto no setor público e indireto, ou seja, através da atração de investidores estrangeiros e através da promoção do setor privado timorense", disse.
 
"O desenvolvimento económico e a criação de emprego conduzem a oportunidades para a realização das potencialidades dos timorenses. Acreditamos que investir no desenvolvimento económico é um princípio político e social que promove a liberdade, a segurança e a estabilidade nacional", acrescentou Xanana Gusmão.
 
CFF.
 
Governo anuncia "investimento de grande escala" em infraestruturas
 
12 de Setembro de 2012, 12:11
 
Díli, 12 set (Lusa) - O Governo timorense anunciou hoje para os próximos cinco anos um "investimento de grande escala" na construção e reparação de infraestruturas, que inclui intervenções em estradas, portos, aeroportos, escolas, hospitais e redes elétrica e de comunicações.
 
"Conduziremos um programa de investimento de grande escala para atualizar, reparar, melhorar ou construir uma série de infraestruturas que são fundamentais para permitir o acesso à saúde, às escolas, aos mercados, às indústrias e aos negócios", disse o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, durante a apresentação no parlamento do Programa de Governo para o seu segundo mandato.
 
Xanana anunciou nomeadamente o investimento na "reconstrução plena de todas as estradas nacionais, distritais e rurais".
 
A "conceção de um anel nacional de autoestradas" e o início da reconstrução e manutenção de mais de 450 pontes são outros investimentos previstos pelo Governo, que estima ainda instalar 400 sistemas de água potável em cerca de 25 mil lares rurais, restaurar infraestruturas de água e saneamento e implementar um Plano Geral de Saneamento e Esgotos em Díli, para reduzir drasticamente os problemas de drenagem e inundações.
 
A construção de um novo porto em Tibar, com capacidade para receber embarcações comerciais e de passageiros, e o estabelecimento de uma base logística para o setor petrolífero em Suai, são outros projetos do executivo.
 
Xanana quer ainda alargar o Aeroporto Internacional Presidente Nicolau Lobato em Díli e desenvolver um plano para a reabilitação das pistas de aterragem no Suai, Oecussi, Lospalos, Maliana, Viqueque, Ataúro e Same.
 
O aeroporto de Baucau será transformado em aeroporto de carga, sendo ali instalada uma base aérea militar.
 
Para os próximos cinco anos, o primeiro-ministro anunciou ainda a expansão da rede elétrica e a ligação de Timor-Leste à fibra ótica terrestre e subaquática.
 
No programa, o executivo compromete-se ainda a "maximizar a qualidade e o acesso à saúde, à educação, à formação profissional, à informação, à justiça social e à cultura" dos timorenses.
 
Na saúde, Xanana Gusmão promete atenção especial à saúde materna e infantil, com o alargamento do programa de vacinação para a poliomielite, sarampo, tuberculose, difteria e hepatite B.
 
A par de "um forte investimento nos recursos humanos", serão reabilitados e construídos postos e centros comunitários de saúde em todo o país e serão expandidos o hospital nacional e os cinco hospitais de referência.
 
Na educação, o primeiro-ministro prometeu melhores salas de aula e materiais didáticos, uma aposta na qualidade dos educadores, a revisão dos currículos e o desenvolvimento de escolas técnicas no secundário e superior.
 
"O Governo, durante os próximos cinco anos, irá iniciar o estabelecimento de Institutos Superiores Politécnicos em setores estratégicos, a saber: o Politécnico de Engenharia no Suai, de Serviços de Turismo e Hotelaria em Lospalos, de Agricultura na costa sul e uma Academia de Pescas na costa norte", disse Xanana.
 
O primeiro-ministro quer ainda aumentar para sete o número de faculdades na Universidade Nacional de Timor-Leste, abrangendo as áreas da Agricultura, Engenharia, Ciências e Tecnologia, Medicina e Ciências da Saúde, Economia e Gestão, Educação, Artes e Humanidades e Direito e Ciências Sociais.
 
Admitindo que o programa de Governo pode "ser considerado ambicioso", Xanana considera que "é exequível", "audacioso mas devidamente ponderado", "oneroso mas absolutamente necessário".
 
"É, sobretudo, um projeto consubstanciado na vontade de garantir a continuidade dos progressos alcançados até à data, conduzindo a administração pública aos objetivos de eficiência e eficácia para a melhoria da prestação de serviços ao nosso povo", disse.
 
CFF.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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1 comentário:

Anónimo disse...

Timor pode ser uma porta para mão-de-obra qualificada e desempregada de Portugal.
Boa sorte Gusmão!!

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